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Grupo de pesquisa da UFPE promove lançamento de obra clássica da etnologia sul-americana

Organização do conteúdo é de autoria do professor Peter Schröder, do PPGA

A Editora Hedra vai lançar, na próxima segunda-feira (8) a obra “Os Aruaques”, de autoria de Max Schmidt e cuja organização do conteúdo foi realizada pelo professor Peter Schröder, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPE, em conjunto com o professor Erik Petschelies (USP). O livro, que consiste na primeira tradução publicada de um clássico da etnologia sul-americana, estará divulgado na página dos Estudos Avançados de Cultura Contemporânea. 

A OBRA – Max Schmidt (1874-1950) dedicou sua vida de estudos aos povos indígenas sul-americanos. Apesar de sua grande contribuição ao estudo das culturas e história desses povos, sua obra ainda é pouco conhecida no Brasil. É ele o autor do clássico “Os Aruaques”, publicado originalmente em 1917, livro que até hoje ocupa o lugar de um dos mais originais e importantes estudos da etnologia sul-americana.

A obra levanta questões específicas sobre a expansão dos povos falantes de línguas aruaque nas terras baixas da América do Sul, tais como seus motivos, meios e caráter. Schmidt indica que essa expansão teria acontecido menos em termos populacionais, no sentido de grupos inteiros se deslocarem para novos territórios, mas sobretudo de predominância social e cultural.

Denominador comum das diversas culturas aruaques, o cultivo de milho e de mandioca revela-se peça fundamental no seu processo de complexificação, dadas as relações entre agricultura, economia e as expansões territoriais e culturais promovidas por estes povos. Fornecendo recursos para a satisfação de necessidades próprias e de outros povos, os Aruaques também teriam construído relações de dependência econômica com outros povos.

Escrito no início do século passado, durante o período da Primeira Guerra Mundial, “Os Aruaques” foi produzido originalmente como tese de doutorado de Schmidt e as ideias aí apresentadas marcam o conhecimento sobre estes e outros povos desde então.

Schmidt realizou três expedições no Brasil Central e no Paraguai (1900, 1910, 1926-28) e é considerado um dos personagens mais importantes da tradição alemã na etnologia americanista no século XX. Schmidt emigrou da Alemanha em 1929, primeiro para o Brasil e depois para o Paraguai, onde ele faleceu perto de Assunção em 1950 em situação de miséria.

A tradução da monografia de Schmidt é acompanhada por uma introdução de Peter Schröder, uma avaliação comparativa da obra de Schmidt no contexto da etnologia alemã, escrita por Michael Kraus (Universität Göttingen), a reimpressão de um obituário de autoria de Herbert Baldus (originalmente publicado em 1951) e um artigo de Paulo de Carvalho Neto (também publicado em 1951) sobre os últimos dias de Schmidt.

Date of last modification: 04/11/2021, 16:07