Os diretores dos diversos centros acadêmicos da UFPE começaram a se reunir, periodicamente, há alguns anos, para compartilhar idéias sobre a gestão dos centros e da universidade. Essas ações administrativas eram isoladas e, por iniciativa do grupo, sem grandes repercussões na administração central. A partir da gestão do reitor Mozart Neves Ramos, com a eleição de um novo grupo de diretores, começou a haver uma interação entre este colegiado informal e o reitorado. O início foi também semelhante aos anteriores: uma busca de soluções para problemas comuns. Com o tempo, entendemos que tínhamos uma missão mais propositiva. Começamos a discutir ações gerais que deveriam ser implantadas na universidade e a convidar o reitor para discuti-las com o grupo. Como não era um conselho formal, passamos a designá-lo fórum dos diretores. As reuniões ocorriam de modo alternado em cada centro. Não era raro haver confraternizações. Éramos colegas de trabalho e passamos a ser amigos.

 

Chamávamos fórum dos diretores e dele, obviamente, participavam também os vice-diretores, pois eram tão compromissados e respeitados quanto os titulares. No ocaso da primeira gestão do reitor Mozart Neves, o fórum apoiou sua reeleição. Houve uma dissidência, que não comprometeu a unidade do grupo. Metade dos diretores também se propôs a pleitear um novo mandato, porque o grupo entendeu que era um momento de consolidação política. Naquela ocasião, o restante do fórum foi completado com novos diretores, que logo entenderam a missão deste colegiado.

 

Entretanto, a partir do segundo mandato houve uma descontinuidade no relacionamento com a administração central. Esse fato provocou, paradoxalmente, fortalecimento do fórum, especialmente no campo político. Mesmo que tivéssemos pensamentos e posicionamentos políticos diferentes, nos uníamos quando o objetivo era a UFPE. Essa posição, aliada à representatividade de seus membros, foi fator crescente para a respeitabilidade do fórum no câmpus. Houve a decisão de participar ativamente do processo eleitoral daquela época. Tomamos a iniciativa de comunicar ao reitor nosso posicionamento. Também achávamos que o próximo reitor e o vice deveriam ser escolhidos entre os diretores e que deveriam administrar, se eleitos, com os demais. O passo seguinte foi o lançamento de uma chapa alicerçada nos princípios que regiam o fórum. Tivemos, para este lançamento, o apoio das entidades que compõem os diversos segmentos da universidade. Assim foi criado o fórum das entidades, composto pelo fórum dos diretores, Adufepe, Sintufepe e DCE.

 

Foi uma bela campanha e uma eleição vitoriosa de Amaro Lins e Gilson Edmar. Houve uma desarticulação daquele fórum dos diretores, e uma renovação significativa de seus membros. Os novos diretores não conheciam esta história, mas aos poucos houve um novo fortalecimento e a volta das ações conjuntas. A universidade precisa dar legalidade ao fórum dos diretores para que ele possa exercer seu papel administrativo e político. O fórum também deverá será a base do conselho de administração numa reforma do estatuto e do regimento. Enfim, qual reitor não gostaria de administrar com um fórum tão privilegiado, para pôr em prática os princípios da democracia, da descentralização e da qualidade, emanados dos centros acadêmicos? Mesmo não sendo mais diretor de centro, ainda me considero um dos seus membros, pois exerço um mandato conquistado pelo fórum de diretores.