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De Coimbra à UFPE

Nas celebrações dos 70 anos da UFPE, dos dez anos de interiorização da instituição e dos 189 anos da nossa Faculdade de Direito, é com alegria que acolhemos a vinda do reitor João Gabriel Monteiro de Carvalho e Silva, da Universidade de Coimbra. Sua presença é também a reafirmação de um projeto cultural longo e consistente: o congraçamento de nossas vivências universitárias, que a língua portuguesa possibilita. Uma comunidade linguística que se estende e transcende as fronteiras nacionais. A língua portuguesa conjuga nossas culturas nos diversos quadrantes: em Moçambique, no Recife, em Lisboa ou em Goa. Uma língua é, sobretudo, uma forma de perceber o mundo. A história marcou, com transtornos e percalços, o percurso da expansão da língua portuguesa no mundo. Aqui a língua se põe como ponte, no cruzamento de aprendizagens, experimentações e na invenção do futuro. No intercâmbio cultural ganhamos todos: Portugal vê, avivada pela influência criadora de África e do Brasil, a força da língua portuguesa; e nós, uma forma de sentir que nos distingue e singulariza.

A bela tradição da Universidade de Coimbra - são mais de sete séculos de experiência acadêmica - marcou a intelectualidade brasileira. Nessas circunstâncias, conjugamos a tradição de Coimbra com a juventude da UFPE na celebração dos 70 anos. A Universidade de Coimbra abrigou nomes como Camões, Eça de Queiroz, José Afonso ou Miguel Torga; e brasileiros ilustres, como José Bonifácio e Gonçalves Dias. A UFPE também se orgulha de ter formado nomes como Joaquim Nabuco, Osman Lins, Ariano Suassuna ou Paulo Freire. Eles alargaram o legado da língua portuguesa, abrindo novas fronteiras de conhecimento. Por isso, a importância da presença, na celebração dos nossos 70 anos, do reitor João Gabriel Silva. Essa é uma oportunidade para associarmos à liberdade de nossas universidades a fraternização de nossos projetos e nossas esperanças.

As ideias que o reitor João Gabriel Monteiro de Carvalho e Silva discute reiteram a importância da língua portuguesa como expressão de identidades e pertencimentos, de diversidade cultural e formação miscigenada, com seu imenso poder de criação e recriação crítica, de reconciliação com o tempo presente - um presente que se mostra transverso, fecundo e desafiante. Celebrar com a Universidade de Coimbra os 70 anos da UFPE, os 10 anos da interiorização e os 189 anos da nossa Faculdade de Direito renova em nós a consciência do que somos e a responsabilidade com aquilo que podemos ser.

Anísio Brasileiro, reitor da UFPE
 

Date of last modification: 27/10/2016, 14:11

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