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A evasão e a retenção

Por Gilson Edmar, vice-reitor da UFPE 
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A evasão e a retenção nas universidades são problemas complexos, decorrentes de várias causas e que devem ser colocados em discussão de modo permanente, para solucioná-los e para evitar o incremento deles. Uma das principais ações a ser desenvolvida é definida, genericamente, como assistência estudantil. O Ministério da Educação vem apoiando financeiramente por meio do Pronaes, administrado pela Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE) da Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos.

Este programa institucional é multifatorial e imprescindível para se conseguir uma real inclusão social. As universidades vêm ampliando o quantitativo de bolsas estudantis, em suas diversas modalidades. Temos na UFPE bolsas de iniciação científica, bolsas de monitorias, de apoio acadêmico, de manutenção, sendo criadas algumas novas bolsas: para atletas, alimentação e transporte. Esta ajuda financeira permite que jovens carentes economicamente possam permanecer na instituição, completando seus estudos.

As casas de estudante, para aqueles que vêm de cidades além da região metropolitana, são de fundamental importância pela possibilidade de terem moradia enquanto alunos da universidade. A UFPE está ampliando as vagas, tanto na casa masculina como na feminina, e com projeto de construção das casas de estudantes em Vitória de Santo Antão e em Caruaru. Aliado à moradia, está próxima a inauguração do Restaurante Universitário, que possibilitará uma alimentação adequada dentro dos princípios nutricionais para o tipo de atividade e idade.

O incentivo à prática esportiva trará aos nossos estudantes mais uma alternativa de melhoria da qualidade de vida, com reflexos imediatos na sua saúde. O esporte deve ser uma atividade permanente, seja como lazer, como treinamento e em competição. O apoio médico e psicológico é imprescindível, pois o tempo que o estudante passa na universidade é relativamente longo e devemos pensar no seu bem-estar físico e mental. O conjunto de todas estas ações, além do incentivo à cultura e as artes, denominei, de modo amplo, como Universidade Saudável. Este programa, através de diversas ações, tem como objetivo a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida.

Mas, para evitar a evasão e a retenção, deve-se atuar de modo também prioritário na esfera cognitiva a exemplo do programa de reforço escolar apoiado pelo DAE. Foram também realizadas modificações no processo seletivo em algumas áreas, que necessitavam uma intervenção para diminuir estes indicadores.

Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. No Centro de Ciências Exatas e da Natureza foi implantado, pelos diretores Alfredo Simas e Manoel Lemos, o vestibular em três etapas. A primeira igual a toda a universidade. A segunda etapa consta apenas da prova de português. Os 120 primeiros alunos passam para terceira fase, frequentando por seis meses as disciplinas de física, química e matemática na nossa UFPE. Findo este período, ingressarão nos cursos de física, química e matemática os 40 primeiros colocados, em condições de acompanhar as disciplinas curriculares, pelo fato de ter submetido previamente a esta capacitação. Outras Instituições de Ensino Superior (IES) que implantaram este sistema conseguiram reduzir significativamente a evasão e a retenção dos seus estudantes.

No Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), foi criado inicialmente um vestibular único para as engenharias. No primeiro ano, os estudantes cursam as disciplinas gerais e tomam conhecimento dos vários ramos da engenharia. A partir daí, seguindo a ordem de classificação, eles farão opção para qual área da engenharia vão estudar. O conhecimento prévio da profissão escolhida motiva o estudante a concluir seu curso e exercê-la com entusiasmo. Foi feita uma nova proposta pelos Diretores do CTG, professores Edmilson Santos Lima e Antônio Antonino, para uma futura discussão: que não haja segunda entrada, sendo realizados dois vestibulares por ano, pois os alunos da segunda entrada passam seis meses sem contato com as disciplinas necessárias ao bom rendimento do curso, ou seja, são seis meses sem estudar, na maioria dos casos.

Outras ações virão com o objetivo de reduzir drasticamente a evasão e a retenção nas nossas instituições de ensino superior, com maior ou menor intensidade, dependendo dos centros envolvidos. As medidas deverão ser específicas para cada uma das áreas críticas. Entretanto, existem setores que não necessitam, pois os indicadores nos mostram baixa retenção e a evasão próxima de zero, como é o caso dos cursos do Centro de Ciências da Saúde, especialmente o curso médico, entre outros.

Publicado na edição de hoje (30.03) no Jornal do Commercio
Date of last modification: 31/10/2016, 10:27

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