As atividades estão sendo realizadas em unidades básicas de saúde localizadas em territórios rurais do município de Caruaru
O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade com ênfase em Saúde das Populações do Campo, Florestas e Águas foi iniciado, no dia 10 de março, no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As atividades do programa de Residência de Terceiro Ano (R3) estão sendo realizadas em unidades básicas de saúde localizadas em territórios rurais do município de Caruaru.
A primeira residente matriculada neste ano adicional de especialização é a médica Giulia Games. “Durante a faculdade, descobri a Medicina de Família e Comunidade e soube que era o meu caminho. E por mais que a residência tenha me preparado muito, sinto que ainda posso ir além. Quando me encontrei com o R3 em Saúde do Campo, das Florestas e Águas, me identifiquei na hora! Era exatamente o que eu buscava para aprofundar meu conhecimento e melhorar meu cuidado com essa população e território”, relata Giulia Games.
Preceptor do Programa, o médico da Família e Comunidade Rivaldo Júnior afirma: “A construção de uma proposta de ano adicional do programa de residência médica em Medicina de Família e Comunidade, com ênfase na saúde das populações do campo, floresta e águas, acontece a partir da percepção de que estas populações, com suas particularidades, seu modo de viver e de sociabilidade, com o arcabouço cultural próprio e com as limitações e os desafios de execução dos princípios da atenção primária à saúde em seus territórios; exigem um olhar diferenciado do profissional médico de família em seu cuidado”.
O programa é uma iniciativa do Núcleo de Ciências da Vida (NCV) do CAA-UFPE e tem como objetivo formar especialistas capazes de atuar de forma integral e humanizada no campo, promovendo a saúde e prevenindo doenças em comunidades que enfrentam desafios únicos. Com ele, espera-se poder viabilizar formas criativas e inovadoras de se exercer o trabalho da Medicina de Família, de modo a superar as barreiras e incorporar o conhecimento técnico e ancestral que essas comunidades já exercem nas maneiras de cuidar.
A escolha dos territórios rurais de Caruaru como região estratégica para realização das atividades foi feita com o intuito de permitir aos futuros profissionais a possibilidade de vivenciar e compreender as particularidades da saúde no campo, desde o acesso aos serviços até as condições socioeconômicas e culturais que influenciam o processo de saúde-adoecimento dessas populações. A expectativa é que, com a formação de profissionais como a médica Giulia Games, haja um impacto positivo na qualidade de vida dessas populações, além de um fortalecimento da atenção primária em áreas remotas.
Explica-se que “Um trabalho específico voltado às ruralidades no Brasil tem a capacidade de ampliar a teorização sobre o que é a saúde ampliada e conduzir estudos e trabalhos específicos voltados a estas realidades, historicamente negligenciadas nas políticas que repercutem na saúde do País. Para além da construção de uma formação inédita no histórico da educação médica brasileira, o ano adicional em saúde do campo se estabelece como uma agenda política de formação de entendimento em cidadania e ampliação do sistema de saúde qualificado em todos os territórios”.
A iniciativa reforça o compromisso com a equidade e a universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mais informações
Núcleo de Ciências da Vida
(81) 2103-9162
coordenacao.ncv@ufpe.br