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Pós-Graduação em Arqueologia promove defesas de tese amanhã (28)

Os trabalhos serão defendidos no 10º andar do CFCH

O Programa de Pós-Graduação em Arqueologia (PPGArqueologia) vai realizar amanhã (28) a defesa da tese de doutorado “Paleomigrações na América: uma abordagem arqueogenética”, de André Luiz Campelo dos Santos, orientado pelo professor Henry Socrates Lavalle Sullas (UFPE) e coorientado por Omer Gokcumen (University at Buffalo). Além do orientador e coorientador, farão parte da banca examinadora as professoras Ana Catarina Peregrino Torres Ramos (UFPE), Viviane Khoury Asfora (UFPE), Renata Libonati de Azevedo (UFPE) e os professores Sérgio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE) e Demétrio da Silva Mützenberg (UFPE).

A tese “Essa História é Minha: a relação do povo Kapinawá com o patrimônio arqueológico do Vale do Catimbau”, de autoria de Kássia Maria Queiroz da Silva, foi orientada pela professora Viviane Maria Cavalcanti de Castro (UFPE). Além da orientadora, farão parte da banca examinadora as professoras Ana Catarina Peregrino Torres Ramos (UFPE) e Daniela Cisneiros (UFPE) e os professores Ricardo Pinto de Medeiros (UFPE) e Bruno de Azevêdo Cavalcanti Tavares (UFPE).

Ambas os defesas ocorrem no 10º andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). A primeira ocorrerá às 10h, no auditório; e a segunda, às 14h30, na Sala 2 – História.

Resumo 1

As doenças são marcadores culturais. No que tange às infectocontagiosas, hábitos e costumes são fatores importantes para a sua disseminação e permanência em um grupo social. Sinais expressos na arquitetura óssea dos três indivíduos de que trata este trabalho constituem o seu questionamento norteador. As amostras provêm de dois projetos arqueológicos realizados no Forte Santo Inácio de Loyola, da cidade de Tamandaré, no litoral sul pernambucano, e no Largo da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, município de Marechal Deodoro, no litoral norte alagoano. O estudo objetivou a reconstrução, através de estudos de casos, sob a perspectiva bioarqueológica e da Arqueologia da Doença, do perfil biodemográfico dessas pessoas. Os dados qualitativos e quantitativos foram obtidos através de técnicas osteométricas e osteoscópicas manuais e com o auxílio de equipamentos da imaginologia médica. Foram estimados o sexo anatômico, a ancestralidade biogeográfica, a estatura e a idade à morte, bem como inferências acerca das doenças que acometeram, em vida, estes seres humanos e lhes deixaram marcas corporais, como testemunhos silenciosos, de aspectos da sua existência. Após as análises nos elementos ósseos, foram identificados três indivíduos do sexo masculino, de ancestralidade biogeográfica africana, adultos, possuindo, dois deles, alterações morfológicas compatíveis com hanseníase na forma Virchowiana. O terceiro apresentou sinais não conclusivos para disfunções metabólicas.

Resumo 2

A arqueologia comunitária é uma das perspectivas da Arqueologia Pública e vem se destacando como meio de inserção das populações tradicionais dentro das pesquisas arqueológicas. A maioria das pesquisas arqueológicas se concentra em entender o passado contando com a materialidade, sem levar em conta as comunidades tradicionais que habitam a região pesquisada. Nos municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, que se localizam entre o Agreste e Sertão de Pernambuco, está o território demarcado do povo indígena Kapinawá. No território desses municípios, está localizado também o Parque Nacional do Catimbau, uma unidade de conservação ambiental que possui potencial arqueológico, com 33 sítios arqueológicos já registrados no Iphan. Pesquisas arqueológicas foram realizadas na área do Parna do Catimbau, e, no entanto, em sua grande maioria, sem a participação da comunidade indígena Kapinawá. Entendendo a comunidade como parte do contexto arqueológico, essa pesquisa teve como finalidade identificar e compreender a relação do povo Kapinawá com os sítios arqueológicos localizados no Vale do Catimbau. Para isso, se buscou uma interação com essa comunidade indígena para entender como o patrimônio arqueológico é apropriado. Com base no aporte teórico da Arqueologia Pública e Comunitária, e entendendo a oralidade como fonte de pesquisa, utilizou-se da história oral para o resgate da memória desse povo. Foram realizadas entrevistas e visitas aos sítios arqueológicos da área do PARNA e nas proximidades das aldeias Macaco, Malhador, Mina Grande, Pau Ferro e Ponta da Várzea, tendo em vista que os sítios e a cultura material existente são utilizados e interpretados, de diferentes formas, pela comunidade. Os dados obtidos por meio das entrevistas e levantamento dos sítios foram analisados através do lugar de fala da comunidade, focando nos discursos desse grupo social. Como resultados, foram constatados que, para a comunidade Kapinawá, os sítios arqueológicos são entendidos como espaço ancestral, local sagrado e de fortalecimento de sua cultura para os quais possuem uma interpretação própria.

Mais informações
Pós-Graduação em Arqueologia
(81) 2126.8266/7364

Data da última modificação: 27/02/2020, 12:43