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Ciências Farmacêuticas (PPGCF) promove defesas na próxima quarta-feira (27)

As dissertações e teses serão defendidas entre 8h e 14h

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, promove na próxima quinta (27) a defesa de três dissertações e uma tese. Os trabalhos serão defendidos entre 8h e 14h.

Doutorado

Aluna: Cybelle Alves Tavares
Orientadora: professora Nereide Stela Santos Magalhães
Coorientador: professor Rafael Matos Ximenes
Título: “Oncocalixona A: validação de uma metodologia analítica por CLAE-UV para quantificação em diferentes meios e estudo termodinâmico da interação com ciclodextrinas através de calorimetria de titulação isotérmica”
Banca examinadora:
Nereide Stela Santos Magalhães (UFPE)
Danilo César Galindo Bedor (UFPE)
Filipe da Silva Lima (UFPE)
João Bosco Paraiso da Silva (UFPE)
Mariane Cajubá de Britto Lira Nogueira (UFPE)
Local: auditório do Departamento de Antibióticos da UFPE, às 8h.

Resumo

Oncocalixona A (Onco A) é uma quinona natural, isolada da árvore Cordia oncocalyx, que possui diversas propriedades farmacológicas. Assim, a Onco A mostra-se promissora para o desenvolvimento de novos sistemas de liberação de fármacos. O conhecimento de suas propriedades físico-químicas é essencial para produzir novos medicamentos. O objetivo deste estudo foi desenvolver e validar um método de CLAE para quantificação de onco A em diferentes meios, seguido da aplicação do método para determinar a solubilidade e coeficiente de partição. Bem como, elucidar a complexação do onco A com diferentes ciclodextrinas (CDs) (ß-, HP-ß-, SBE-ß-, ¿- e HP-¿-CD) utilizando calorimetria de titulação isotérmica (ITC) e modelagem molecular. A validação foi realizada de acordo com as diretrizes da ICH para produtos farmacêuticos. A solubilidade do onco A foi determinada em água deionizada, fluidos simulados gástricos e intestinais, soluções tampão pH 5,5, 7,0, 9,0 e óleos: copaíba, soja e triglicerídeos de cadeia média. Os coeficientes de partição de onco A entre n-octanol, óleos e fase aquosa foram determinados a 25 ° C. As principais forças motrizes envolvidas na formação do complexo de inclusão foram determinadas através de ITC e o complexo supramolecular onco A:HP-¿-CD foi assim caracterizado por FTIR, 1HNMR, DSC, TG e MEV. O método mostrou ser sensível para a determinação da onco A em fases aquosa e lipofílica. As curvas padrão do onco A foram reproduzíveis com inclinação de linearidade estatisticamente diferente de zero e resíduos com distribuição homocedástica. O método proposto apresentou baixos valores de LD e LQ, além de coeficientes de variância inferiores a 5% para exatidão e precisão. Em adição, o método foi resistente a pequenas variações dos parâmetros analíticos, mostrando robustez na quantificação da molécula. A solubilidade é maior em água, soluções tampão e fluidos simulados gástricos e intestinais (817 ± 54 µg.mL-1) do que em óleos (434 ± 25 µg.mL- 1). Onco A apresentou propriedades hidrofílicas (logP <1). O teor de onco A nas nanopartículas recobertas com quitosana foi de 99,6% (995,8 ± 26,5 µg.mL-1). Os experimentos mostraram ainda que a Onco A tende a interagir mais favoravelmente com HP-¿-CD (K = 3.175 M-1) com a energia livre de Gibbs negativa (¿G = -19,98 kJ.mol-1). A análise termodinâmica indica que a formação do complexo de inclusão foi dirigida por entropia (-T¿S = -19,54 kJ.mol-1). Além disso, os resultados de docking molecular mostraram duas orientações principais de formação do complexo OncoA:HP-¿-CD em que a interação do grupo hidroxila da Onco A e com o grupo hidroximetila na borda mais larga da HP-¿-CD é mais estável (energia média de ancoragem de -7,3 kcal/ mol) do que aquela envolvida com o grupo metoxi e dois grupos carbonila no rebordo mais largo da HP-¿-CD (-7,1 kcal / mol). Em conclusão, um método de CLAE robusto para quantificar onco A foi desenvolvido com sucesso, validado e aplicado para determinar a solubilidade em soluções aquosas com diferentes pHs, coeficiente de partição e nanocápsulas, podendo ser proposto para obter uma análise de controle de qualidade de diferentes produtos contendo onco A. Além disso, o método mostrou ser de baixo custo usando pequenas quantidades de solvente. Adicionalmente, o perfil termodinâmico e os cálculos de modelagem molecular elucidaram a formação de um complexo de inclusão estável oncoA:HP-¿-CD, que é uma abordagem racional para a produção de uma nova forma farmacêutica. 

Mestrado

Aluno: Symon Jonatan Santiago Paulino
Orientadora: professora Rosali Maria Ferreira da Silva
Coorientadora: professora Maria do Carmo Alves de Lima
Título: “Desenvolvimento Tecnológico de Formas Farmacêuticas Sólidas a Base de LPSF/GQ-238 para o Tratamento Esquistossomicida”
Banca examinadora:
Rosali Maria Ferreira da Silva (UFPE)
Beate Saegesser Santos (UFPE)
Marcelo Montenegro Rabello
Local: 2º andar do Prédio da Pós-Graduações do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, às 9h

Resumo

A esquistossomose é uma doença endêmica no Brasil. Para o controle e a contenção da doença, é importante ampliar as opções de tratamento. Derivados tiazolidínicos têm se mostrado como importantes alternativas para o tratamento. Estudos in vitro demonstraram excelente atividade esquistossomicida para o LPSF/GQ-238. A molécula, no entanto, apresenta baixa solubilidade em água. Esse estudo concentrou esforços no incremento da solubilidade aquosa, do LPSF/GQ-238, através da obtenção de dispersões sólidas, para viabilizar o seu uso em formas farmacêuticas. Foram preparadas dispersões sólidas utilizando Soluplus, polietilenoglicol (PEG) e polivinilpirrolidona (PVP K-30) como carreadores, e que foram obtidas pela técnica do solvente. Esses novos produtos intermediários foram caracterizados por ensaios de solubilidade, microscopia eletrônica de varredura (MEV), difração de raios-X (DRX), calorimetria diferencial exploratória (DSC), espectroscopia Raman e compatibilidade in silico. Os testes de solubilidade demonstraram que, quanto maior a proporção de polímero utilizada no preparo da dispersão, maior a solubilidade apresentada. A observação da morfologia pelas análises de MEV elucidou que a nova entidade química (NEQ) apresenta uma estrutura cristalina característica. O enovelamento dessa estrutura pelo polímero foi observado em todas as dispersões analisadas, demonstrando assim o estado amorfo do produto obtido. O perfil de difração de raios-x da NEQ revela a presença de picos intensos, apresentando um padrão cristalino. O polímero, por outro lado, apresenta natureza amorfa, evidenciada pela ausência de picos. Todas as dispersões analisadas não apresentaram os picos característicos da NEQ, evidenciando o comportamento amorfo dos produtos formados. O perfil de degradação térmica da NEQ apresenta pico endotérmico característico de estrutura cristalina. Esse pico não foi observado em nenhuma das dispersões obtidas, evidenciando a obtenção de um novo estado sólido. A espectroscopia Raman demonstrou que os picos apresentados no intervalo de número de onda 200-400 (cm) pela NEQ foram reduzidos quando em relação a todas as dispersões analisadas demonstrando uma ligeira alteração na estrutura da molécula quando na dispersão, provavelmente devido à formação de ligações de hidrogênio com o polímero. As análises de compatibilidade in silico demonstraram resultados positivos para todos os polímeros pesquisados, apresentando uma maior afinidade pelo PVP-K30, com níveis energéticos de maior valor de estabilidade. O estudo in vitro evidenciou a melhora significativa quanto a atividade do NEQ frente ao verme adulto e aos esquistossômulos. As cápsulas e comprimidos obtidos a partir das dispersões apresentaram estabilidade e viabilidade quando submetidos aos testes farmacopeicos. As capsulas foram submetidas ao teste de peso médio e desintegração, já os comprimidos ao teste de dureza e friabilidade, culminando na melhora da dissolução. Portanto, as formulações obtidas se mostraram perfeitamente viáveis como uma futura alternativa para o tratamento esquistossomicida. 

Aluno: Fabiano Amaro de Sousa
Orientadora: professora Ana Cristina Lima Leite
Título: “Nova Geração de Derivados de ftalimida-tiazóis: Planejamento, Síntese e Avaliação Biológica”
Banca examinadora:
Ana Cristina Lima Leite (UFPE)
Paulo Andre Teixeira de Moraes Gomes
Míria de Oliveira Barbosa (UniFG)
Local: 2º andar do Prédio das Pós-Graduações do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, às 9h

Resumo

Doenças negligenciadas são um conjunto de doenças infecciosas que afetam regiões tropicais e subtropicais de países com economias em desenvolvimento. Dentre este conjunto de afecções, destacam-se a Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, leishmaniose causada pelo mosquito flebótomo. O fármaco atualmente utilizado no tratamento da doença de chagas é o benzonidazol, mas este não é eficaz em estágios mais avançados da doença. Já no tratamento da leishmaniose os fármacos são amfotericina B, antimoniais pentavalentes e pentamidina e Miltefosina, no entanto, esses fármacos não possuem uma boa eficácia contra as doenças pois possuem muitos efeitos colaterais. Diante disto, fica evidente a necessidade de desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento destas doenças. Nossa proposta consistiu em desenvolver uma série de compostos, utilizando como blocos de construção as estruturas privilegiadas ftalimida e tiazóis, a fim de produzir dez moléculas híbridas com atividade anti-T.cruzi frente à forma epimastigota tripomastigota e amastigota, leishmanicida frente as formas promastigotas e amastigotas da L. amazonensis e infantum. Após a síntese da ftalimida, foram realizadas reações de ftalimida com a 2-bromoacetofenona, seguida de reação com duas diferentes tiosemicarbazidas e por fim, a ciclização com diferentes halo-acetofenonas. Foram realizados para os compostos finais, testes de CC50 frente a células de linhagem macrofágica e IC50 frente as formas epimastigota, tripomastigota e amastigota de T.cruzi, seguida das formas promastigotas e amastigota da L. amazonensis e infamtun. Todos os compostos testados apresentaram IC50 acima de 100µM para as formas epimastigota, tripomastigota e amastigota do T. cruzi. Para a leishmânia, o composto FS1d, apresentou IC50 de 34µM (forma amastigota). Os demais compostos exibiram IC50 acima de 100 µM para L. amazonensis e infantum.

Aluna: Ana Rosa Brissant de Andrade
Orientador: professor Davi Pereira de Santana
Coorientadora:professora Leila Bastos Leal
Título: “Desenvolver e Avaliar Lipossomos Contendo Levobupivacaína (75S:25R) em Termogéis Visando Obter Efeito Prolongado da Anestesia Local no Tratamento de Dor Pós-Operatória”
Banca Examinadora:
Davi Pereira de Santana (UFPE)
Danielle Cristine Almeida Silva de Santana (UFS)
Rafaela de Siqueira Ferraz Carvalho.
Local: Sala da Congregação do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPE, às 10h

Resumo

A dor é um fenômeno que afeta a maioria da população, atingindo principalmente indivíduos pós-cirurgiados e, por isso, no alívio da dor pós-operatória, a analgesia deve ser usada adequadamente. Neste contexto, a Bupivacaína é uma droga amplamente utilizada, promovendo efeitos duradouros. No entanto, a cardiotoxicidade e a neurotoxicidade são desvantagens relacionadas ao seu uso repetido e, por isso, foi desenvolvida a Novabupi®, uma mistura contendo excesso enantiomérico da porção levógira que apresenta efeitos de toxicidade reduzidos. Buscando racionalizar o seu uso mediante prolongamento da duração de efeito, e diminuição de aplicações, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar lipossomas contendo o Cloridrato de Levobupivacaína em excesso enântiomético de 50%, seguido da incorporação em termogeis desenvolvidos anteriormente no nosso grupo de pesquisa. Os lipossomas foram preparados usando o método de hidratação lipídica fina e seca seguido de sonicação. Inicialmente, diferentes lotes de lipossomas carregados com LBPV, com diferentes concentrações lipídicas (de 42 a 240 mM) e variando a concentração de fármaco (2 a 5 mg / mL), para obter uma formulação estável contendo a maior quantidade de fármaco. As formulações desenvolvidas foram caracterizadas em termos de tamanho de partícula, índice de polidispersividade (PDI), potencial zeta. A eficiência de encapsulação do fármaco em lipossomas foi determinada por ultracentrifugação/ultrafiltração. Todas as formulações permaneceram estáveis por 30 dias, exceto lipossomas preparados a 42 mM. O tamanho de partícula variou de 334,8 ± 4,17 a 414,33 ± 5,9nm e o índice de polidispersão foi menor que 0,5, sugerindo que este sistema é homogêneo. Apresentaram  carga de superfície neutra e a taxa de eficiência do fármaco próxima a 80%. O Lipossoma foi selecionado e incorporado no termogel, onde foram analisados outros parâmetros de formulação entre eles pH, temperatura de transição de fase, teor, biocompatibilidade, potencial irritante e perfil de permeação. Termogel contendo lipossomas carregados com LBPV foram desenvolvidos com sucesso, sendo uma formulação promissora para futuros testes de efetividade in vivo. 

Aluno: José Wellithom Viturino da Silva
Orientador: professor Danilo César Galindo Bedor
Título: “Avaliação do Perfil de Estabilidade do Terconazol e caracterização de seus Produtos de Degradação”
Banca Examinadora:
Danilo César Galindo Bedor (UFPE)
Davi Pereira de Santana (UFPE)
Katia Aparecida da Silva Aquino (Colégio de Aplicação)
Local: Na Sala da Congregação do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPE, às 14h

Resumo

A candidíase vulvovaginal é um problema que acomete a maioria das mulheres pelo menos uma vez na vida. Por sua vez, o terconazol é um antifúngico do grupo dos triazóis e tem sido utilizado no tratamento da vulvovaginite fúngica de forma bastante eficaz. Porém, para que este medicamente seja produzido, faz-se necessário a realização de estudos que garantam o seu uso seguro e eficaz. Dentre estes, os estudos de degradação forçada têm grande destaque. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo de degradação forçada do terconazol, com a finalidade de desenvolver um método indicativo de estabilidade por HPLC-DAD e caracterizar seus produtos de degradação, como subsídio da garantia de sua segurança e eficácia. Os testes de degradação forçada foram realizados seguindo as diretrizes trazidas pela ICH e pela RDC 53/2015, onde foram utilizadas as condições forçadas de estresse ácido, básico, oxidativo, fotolítico e condições de alta temperatura e umidade. Além disso, foram realizados estudos de cinética de degradação forçada para as condições em que o terconazol mostrou-se susceptível a degradação. A elucidação estrutural foi realizada através de informações dos perfis de massas dos produtos de degradação com o auxílio do sistema LC-MS/TOF. O método cromatográfico desenvolvido onde se obtiveram os melhores resultados foi composto por coluna Gemine NX (150 x 4,6 mm) a temperatura ambiente, fase móvel acetato de amônio (pH= 8 ± 0,5):Metanol (25:75 v/v), fluxo de 1 mL.min-1 com eluição no modo isocrático e volume de injeção de 20 µL. As amostras de terconazol mostraram-se estáveis nas condições de estresse ácido, básico, fotolítico, alta temperatura e alta umidade. Porém, para o estresse oxidativo com H2O2 3% e 1,5%, foi observado um decaimento de 42,29% e 39,43%, respectivamente, e a formação de dois produtos de degradação (PDs 1 e 2). Da mesma forma, o estresse fotolítico em solução levou a uma degradação de 37,17% do teor do terconazol em apenas 10 minutos e a formação de 4 produtos de degradação (PDs 3, 4, 5 e 6). As cinéticas de degradação forçada por H2O2 3% e 1,5% apresentaram coeficiente de correlação superior para o modelo de segunda ordem com R= 0,9784 e R=0,9568, respectivamente. Já a cinética de degradação fotolítica pôde ser mais bem representada pelo modelo de primeira ordem com R= 0,9947. O acoplamento do sistema HPLC-MS foi realizado através da ionização por electrospray em modo positivo, onde foi possível observar o sinal 532,1872 m/z [M+ H]+ como pico base do terconazol. Para o PD 1 e PD2, foi observada a presença de íons moleculares 564 m/z [M+ H]+ e 548 m/z [M+ H]+, o que nos sugere a adição de dois e um átomos de oxigênio, respectivamente, na estrutura do TCZ, com uma provável formação de N-óxidos. Para os PD 3 e 4, foi possível observar um perfil de massas semelhante de 498, m/z [M+ H]+, o que nos leva a deduzir que estes produtos de degradação são formados pela perda de um átomo de cloro da molécula do TCZ nas posições orto e para. O PD 5 evidenciou perfil de massas de 464 m/z [M+ H]+, sem apresentar padrão isotópico para átomos de cloro, o que nos leva a concluir que este produto de degradação é formado pela perda dos dois átomos de cloro da porção fenílica do TCZ. Já o PD6 apresentou perfil de massas de 496 m/z [M+ H]+ e seu mecanismo de formação parece estar ligado ao ataque do grupo triazol ao radical arila. A partir deste estudo de degradação forçada foi possível conhecer melhor os aspectos envolvidos na estabilidade do terconazol e pôde-se obter informações estruturais de seus produtos de degradação o que nos dá suporte para prever e avaliar instabilidades em medicamentos a base deste fármaco. 

Date of last modification: 20/02/2019, 09:36