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Fiocruz pesquisa situação do brasileiro durante a pandemia

Participe da pesquisa Impacto Social da Pandemia por Covid-19 no Brasil e conheça os principais resultados do primeiro estudo

Da assessoria da Fiocruz

No ano passado, mais de 50% das pessoas relataram sentimentos de nervosismo, ansiedade e tensão, dificuldade para relaxar e controlar as preocupações, sensação de cansaço e desânimo. Esse resultado foi obtido em pesquisa realizada entre junho e agosto de 2020, em um estudo que tinha como objetivo avaliar os impactos do confinamento provocado pela pandemia de covid-19. Hoje, cerca de um ano depois, e ainda em um cenário de crise social e sanitária, o que mudou ou não na vida dos brasileiros? Como eles estão vivendo a pandemia neste momento?

Esta é a pergunta que os pesquisadores de seis países buscam responder a partir de um novo estudo. A análise dos dados antigos e atuais, bem como a comparação com outros países, contribuirá para o planejamento e a melhoria das ações e políticas públicas voltadas à saúde da população brasileira. Para participar, basta ter mais de 18 anos, morar no Brasil e disponibilizar cerca de dez minutos para responder a um questionário on-line disponível aqui. 

No Brasil, a investigação é conduzida por pesquisadores da Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (Nevs) e do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Nusmad), e da Fiocruz Bahia, por meio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs). O trabalho integra um projeto internacional, do qual participam pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade do Chile, do Instituto de Saúde Pública da Universidade Católica do Equador, do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, da Universidade Peruana Cayetano Heredia e do Instituto Universitário de Atenção Primária (IDIAPJGol) da Espanha.

PRIMEIROS RESULTADOS – O isolamento foi uma das medidas adotadas pelos países com o objetivo de reduzir a disseminação do vírus, evitar o estrangulamento dos sistemas de saúde, permitir o tratamento dos casos graves e evitar mortes. Entretanto, essas medidas são adotadas de forma gradual e distinta em cada país, e têm diferentes graus de adesão pelas populações e governos. Os resultados dessas medidas, portanto, dependem de características socioeconômicas, culturais e dos sistemas políticos e sanitários dos países. O Brasil, por exemplo, conta com uma potência que é o Sistema Único de Saúde (SUS), mas é também um país marcado por fortes contradições, desigualdades socais e pobreza.

Cerca de 15 mil pessoas – de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal – participaram da pesquisa realizada pela Fiocruz no ano passado. Elas responderam a perguntas sobre contexto social, situação do confinamento, condições de saúde, percepção de risco, experiências de convivência familiar, mudanças de comportamento, situações de trabalho e impacto psicológico.

Dos participantes, mais de 80% disseram ter aderido ao isolamento social, mas cerca de um quarto já não estava mais em confinamento no momento da pesquisa. Para 46%, a situação de isolamento, de alguma forma, piorou sua situação de trabalho. Mais de 50% demonstraram muita preocupação de se infectar pelo novo coronavírus e um percentual ainda maior (70%) mostrou-se bastante preocupado com a infecção de algum familiar ou amigo.

Os participantes eram, em sua maioria, dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, mulheres, com idade em torno de 44 anos, cor branca, Ensino Superior ou pós-graduação, renda acima de cinco salários mínimos e residência com características adequadas ao isolamento. “Esse perfil indica que a divulgação do questionário da pesquisa, infelizmente, não conseguiu alcançar as populações mais vulnerabilizadas, entre as quais as consequências da Covid-19 têm sido mais graves”, afirma Jakeline Ribeiro Barbosa, pesquisadora da Fiocruz Brasília e coordenadora do estudo no Brasil.

Com a nova investigação, a equipe busca aprofundar a compreensão sobre as consequências da pandemia para uma melhor forma de enfrentá-las.

Date of last modification: 26/07/2021, 16:22