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Designer formada pela UFPE lança livro para preservar a memória gráfica da arquitetura de Olinda

Lançamento ocorrerá na quinta-feira (27), às 19h, no Casbah, localizado no Sítio Histórico de Olinda

Da assessoria da Cepe

Uma cidade com 487 anos, patrimônio da humanidade e construída entre colinas serviu de inspiração para o próximo lançamento da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe): “Memória Gráfica da Arquitetura de Olinda”. O livro, escrito pela designer Renata Paes, formada em Design no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE, e que será lançado quinta-feira (27), às 19h, no Casbah, localizado no Sítio Histórico de Olinda, é uma publicação com múltiplas funções. Ela convida o leitor a fazer um passeio pelas ruas antigas, a apreciar azulejos, gradis, cobogós e ladrilhos do casario e a defender esse legado.

Fotos: Divulgação

Ladrilhos de casas de Olinda são marcados pela beleza

“Conhecer a memória gráfica da arquitetura de Olinda é um modo de salvaguardar o patrimônio, uma vez que o casario e seus artefatos decorativos representam uma parte relevante da sua memória visual”, escreve Renata Paes em trecho do livro. O título é um desdobramento do Trabalho de Conclusão de Curso de Renata, apresentado em 2017 para obtenção do diploma de Ensino Superior.

A pesquisa, ampliada para o livro, contemplou vias do Sítio Histórico, como a Ladeira 15 de Novembro e as Ruas Prudente de Moraes, de São Bento e do Amparo. Moradora da Cidade Alta, ela dividiu as peças identificadas em dois grupos: padronagem e composição. Os gradis incluídos no segundo grupo, por exemplo, “podem misturar módulos, peças simples e peças complexas, gerando uma gama infinita de composições totalmente diferentes umas das outras, com desenhos livres”, diz Renata Paes no livro, que tem 288 páginas, com ilustrações.

Casas enfeitadas com azulejos na cidade alta

Inspirado nas treliças de madeira (muxarabis e gelosias) herdadas da cultura árabe, o cobogó passou a ser usado na cidade de Olinda a partir de 1935, em muros, varandas, fachadas, banheiros e cozinhas, informa a autora. É um anteparo contra o sol, sem impedir a passagem de luz e de vento. De acordo com Renata Paes, os azulejos cobrem fachadas de casas desde meados do século 19. Além da função decorativa, protegem o imóvel contra umidade e ajudam a diminuir a temperatura.

O ladrilho hidráulico, diz a pesquisadora, chegou a Pernambuco em meados de 1820 e ganhou adeptos por ter menor custo, se comparado aos pisos de pedra e ao mosaico tradicional. “Acredito que o resultado deste levantamento possa contribuir para que os moradores e visitantes criem uma cultura de preservação da cidade e, de posse dessas informações, se tornem também guardiões desses elementos”, ressalta.

A publicação traz textos dos arquitetos Antenor Vieira de Melo Filho e Nazaré Reis (os pais de Renata Paes), da designer e pesquisadora Fátima Finizola, do historiador e arqueólogo Plínio Victor e do pesquisador Rodrigo Édipo. “Memória Gráfica da Arquitetura de Olinda” é, principalmente, um livro de memórias afetivas da autora, que guiou o trabalho a partir das conversas que ouvia dos pais à mesa de refeições e dos passeios que fazia com a família pelo Sítio Histórico de Olinda e nas ruas antigas do Bairro do Recife.

Date of last modification: 25/10/2022, 11:19