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Cepe Editora lança a coleção Recife 500 Anos no próximo dia 15

A UFPE é parceira da iniciativa, ao lado da Cepe, Prefeitura do Recife e Observatório do Recife

Da assessoria da Cepe

O Recife será a primeira capital de estado brasileira a comemorar cinco séculos de fundação, em 12 de março de 2037, e a data é marcada por ampla proposta de transformação da cidade elaborada por arquitetos e urbanistas. Um novo modelo desenhado para seus 219 quilômetros quadrados, ancorado no desenvolvimento sustentável, está documentado na Coleção Recife 500 Anos, projeto da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Prefeitura do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Observatório do Recife, com lançamento no dia 15 deste mês, às 15h, no Auditório do Brum do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

No lançamento, a presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), Luciana Schenk fará palestra sobre um dos livros que compõem a coleção, o Recife Exchanges Amsterdam, Holland, Netherlands: Intercâmbio internacional para reinventar a cidade. Participam da mesa do evento o presidente da Cepe, Ricardo Leitão; o reitor da UFPE, Alfredo Gomes; o prefeito do Recife, João Campos; o coordenador da Coleção Recife 500 Anos, professor Roberto Montezuma (Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE); e o coordenador do Observatório do Recife, Francisco Cunha. Os títulos estarão disponíveis para download gratuito no site Acervo Cepe.

Cerca de 70 pesquisadores trabalharam na produção dos 12 livros que compõem a coleção, a ser publicada ao longo de 2022. Os quatro primeiros volumes são: “Parque Capibaribe: A reinvenção do Recife Cidade Parque”; “Recife drenagem urbana: Entre rios e o mar, caminhos e descaminhos das águas na cidade”; “Recife 500 anos: Estratégias para construir a cidade do futuro” e “Recife Exchanges Amsterdam, Holland, Netherlands: Intercâmbio internacional para reinventar a cidade”. Em edição bilíngue (português-inglês), a série não será comercializada e será distribuída pela Prefeitura do Recife.

A obra integra o Plano Recife 500 anos, que se tornou a base de um projeto de cidade, fruto de convênio entre a prefeitura e a UFPE, em consonância com a Nova Agenda Urbana da ONU-Habitat. A história da criação do plano remonta ao primeiro intercâmbio Recife Exchange Amsterdã, uma iniciativa do Governo dos Países Baixos, em parceria com o Itamaraty, quando um grupo de arquitetos holandeses visitou o Recife em 2011. A intenção era homenagear os 100 anos da imigração oficial da Holanda para o Brasil e para as Américas, iniciada em 1911.

“Era preciso pensar o Recife de forma holística. Essa planície molhada foi muito aterrada e tinha mudado. Hoje há o Recife Metropolitano, com 1,6 milhão de habitantes e o Recife Metrópole com cerca de 4 milhões de habitantes, muito diferente daquele Recife holandês (sede da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil, de 1630 a 1654)”, analisa o arquiteto e urbanista Roberto Montezuma, coordenador acadêmico do projeto, também professor da UFPE.

Para ele, a Coleção Recife 500 Anos é quase um manifesto. “O planejamento da cidade está em xeque. A cidade precisa se reinventar, o planeta também. Tudo tem que entrar num processo de reestruturação. O Plano Recife 500 Anos, assinado pela Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia, do Porto Digital) está alinhado com todas essas inquietações locais e globais”, diz o arquiteto e urbanista.

PRIMEIROS TÍTULOS – O livro “Recife 500 Anos” traça estratégias para nortear o desenvolvimento da cidade, a médio e longo prazos, e funciona como um guia para o poder público e a sociedade. Na publicação, de 185 páginas, os pesquisadores mostram caminhos para a capital pernambucana chegar a 2037 mais inclusiva, conectada e sustentável. Lançado em 2019 pela Secretaria de Planejamento Urbano do Recife e a Aries-Porto Digital, o livro é reapresentado pela Cepe Editora numa segunda versão ampliada e atualizada.

Para ser inclusiva, a cidade terá de ofertar uma educação pública de qualidade que permita redução da pobreza e igualdade de oportunidades sem distinções. Para ser conectada, precisa estar dotada de vasta rede de fibra óptica, além de fazer uso, em larga escala, dos recursos da Internet das Coisas. E, para ser sustentável, deverá desenvolver economia de baixo carbono, com mais geração e distribuição de energia solar, redução do consumo de combustíveis fósseis e aumento da cobertura vegetal.

Em “Parque Capibaribe - A reinvenção do Recife Cidade Parque”, as propostas são detalhadas em 328 páginas ilustradas com fotos. O título traz como desafios para a cidade a revitalização das margens do Rio Capibaribe, o aumento da área verde e a articulação de corredores ambientais que possam reduzir a temperatura, diminuir a emissão de gás carbônico e criar mais espaços de lazer. É organizado pelos arquitetos e professores da UFPE Circe Monteiro, Luiz Vieira e Roberto Montezuma, que avaliam a configuração atual e futura da cidade, e prefaciado pelo prefeito do Recife, João Campos.

Produto de três eventos que resultaram num trabalho colaborativo entre arquitetos da UFPE e da Holanda, “Recife Exchanges Amsterdam, Holland, Netherlands: Intercâmbio internacional para reinventar a cidade” foi organizado pelos arquitetos Roberto Montezuma, Fabiano Diniz, Luiz Vieira, José Evandro Henriques e Mila Avellar. Com 318 páginas, traz propostas para melhorar o uso dos cursos d'água (rios e canais) e dos manguezais, para ampliação de áreas verdes e para a criação de um sistema de transporte intermodal integrado (bicicleta, BRT, teleférico, barco, metrô) que permita a conexão entre parques, com ruas arborizadas. Tudo apoiado na experiência da Holanda com despoluição de canais e recuperação de margens de cursos d’água.

“Recife drenagem urbana - entre rios e o mar, caminhos e descaminhos das águas na cidade”, título organizado pelo engenheiro civil Ronald Vasconcelos, também professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, aborda um dos mais sensíveis desafios: a convivência e o manejo das águas pluviais. Banhado pelo Oceano Atlântico, cortado por oito bacias de rios, situada, em parte, no nível do mar e contando com 99 canais, o Recife ocupa a 16ª posição no ranking das cidades mais vulneráveis à mudança climática no mundo devido ao avanço do nível do mar de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Soma-se a isso o fato dela ser a capital do estado que possui a maior taxa de ocupação da faixa litorânea no país. O livro reúne em oito artigos o trabalho de 22 especialistas, entre professores, pesquisadores, consultores e gestores públicos, com análise aprofundada. Avalia temas sensíveis como as dinâmicas da ocupação urbana desde o período holandês, a estrutura fluida da capital, novas técnicas compensatórias de drenagem, entre outros temas.

Ainda serão lançados, até dezembro, os seguintes títulos: “Recife árvore d'água”; “Recife corpo e alma - A reinvenção do Recife entre os século XX e XXI”; “Recife Cidade Parque”; “Recife, 500 anos de evolução urbana”; “Recife no urbanismo pioneiro de Saturnino de Brito”; “Compaz: A Fábrica de Cidadania do Recife”; “A metrópole do Recife - Formação, configuração e desafios estratégicos” e “Arquitetura pernambucana - Escola do Recife, ensaios de grande sombra”.

Date of last modification: 13/07/2022, 15:25