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Um novo estatuto

Anísio Brasileiro e Silvio Romero Marques
(reitor e vice-reitor/UFPE)
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A modernização, a democratização e a interiorização determinam transformações que fazem da universidade uma das instituições mais requisitadas no mundo contemporâneo. A institucionalização – cada vez mais apoiada em valores como o universalismo, a ética, a solidariedade e a excelência – deve mostrar, de forma inquestionável, o seu compromisso social. Nas universidades, essas regras e valores são definidos pelo estatuto e regimento próprios, que orientam as atividades da instituição na direção da qualidade da formação de recursos humanos, incluindo a pesquisa, a extensão e a gestão. Longe de ser um assunto interno, é do interesse de todos que universidades públicas possuam dispositivos regulatórios e institucionais modernos, que lhes permitam responder aos desafios de um mundo globalizado. Pensar a universidade é, portanto, um tema comum a todos os cidadãos.

Assim, o Conselho Universitário da UFPE decidiu pela criação de um Grupo de Trabalho para elaborar propostas de metodologias a serem adotadas para a construção participativa de um novo estatuto, que permita termos uma universidade mais descentralizada, menos burocrática, gerando um ambiente mais propício à pesquisa e inovação. O atual estatuto, elaborado em 1979, respondeu aos desafios do seu tempo. Agora, a geração atual tem oportunidade de dar novo salto, avançando para uma universidade ágil e moderna, aberta à diversidade, formando com qualidade seus estudantes, inovando na graduação, na pesquisa e na extensão, deve ser dotada de um quadro jurídico e regulatório democrático, flexível e rápido para as tomadas de decisão, estas baseadas sempre no mérito. Trata-se de um rico momento para debatermos os objetivos da instituição, seu papel social, sua estrutura organizacional, modelos de financiamento, estrutura acadêmica e repartição de poderes e competências. Uma reflexão a ser feita no plano interno, com os estudantes e servidores, e no plano externo, com as organizações sociais.

Estamos conscientes das energias a serem despendidas nesse projeto, para dar conta da pluralidade de concepções que necessita de constante diálogo. Por isso, o projeto tem que ser coletivo, participativo, respeitando as diferentes visões de universidade e suas relações com os diversos segmentos sociais. É importante que tenhamos ao final, um novo estatuto que leve em conta a história e a cultura da universidade.

Um estatuto e regimento avançados e inovadores, que contribuam para a qualificação permanente das atividades universitárias, para o acesso à informação e comunicação e que garantam, através de normas e valores, a justiça social, a valorização das pessoas e a formação ética dos seus membros. Os desafios consistem em manter, no cotidiano, uma UFPE atuante, presente na sociedade. Vamos todos viver esse momento rico e singular da nossa história.

Artigo publicado no Jornal do Commercio em 7 de junho de 2012.
Date of last modification: 27/10/2016, 14:17

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