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Museu para a história

Silvio Romero Marques, vice-reitor da UFPE

 
Entre as agendas que nos são propostas no dia a dia da gestão da Universidade Federal de Pernambuco, as mais prazerosas são as agendas culturais. Particularmente quando ensejam o encontro não casual de corpo e alma. Quando os espíritos se movem na direção de Asclepio e Hipocrates, festejando a ciência e a arte médica, cruzando os destinos da vida e da morte, na celebração daquela que é a casa de todos os médicos de Pernambuco. Talvez se constitua um exagero admitir que, no edifício onde funciona o Memorial da Medicina de Pernambuco, tem início a história da medicina em nosso Estado, já que existem registros tão antigos quanto o descobrimento, que nos dão conta da atividade médica em nossas terras. Mas, sem duvidar da palavra, este é o monumento definitivo da história da medicina em Pernambuco. Inaugurado em 1927 na esplanada do Derby, o edifício recebeu em suas instalações a Faculdade de Medicina do Recife, construída em terreno cedido pelo então governador do Estado, Sergio Loreto. A partir de 1957, com a transferência do curso básico para o câmpus Joaquim Amazonas, teve seu espaço compartilhado por várias entidades até ser restaurado e receber a denominação de Memorial da Medicina em 1993, no reitorado Éfrem Maranhão.
 
Da luz e da sensibilidade da professora Solange Galvão Coutinho e do competente juízo do professor Antonio Mota e da professora Emanuela Souza Ribeiro, nasceu a ideia da criação de um grande e monumental museu que fizesse justiça aos nossos antepassados. Ao aceitar generosamente nosso convite para assumir o cargo de coordenadora do memorial, a professora Emanuela, fina no tato, na palavra e nos gestos, nos traz a compreensão de um ambiente de trabalho pleno de peculiaridades. Neste espaço, convivem cientistas, homens e mulheres das artes e das letras, assessoria técnica de concursos, um museu e instituto histórico e um gene de interação social de forte dominância. No momento em que se discute a navegabilidade do Capibaribe e a utilização da praça com construção de um ancoradouro para embarque e desembarque de passageiros, esperamos que um projeto possa captar recursos para a ambientação artística do logradouro. O futuro nos dará o foco das preocupações culturais e, neste privilegiado recanto da nossa urbe, se consolidará uma referência da medicina brasileira.


Artigo publicado no Jornal do Commercio em 27/04/2013

Date of last modification: 27/10/2016, 14:16

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