Articles Articles

Back

Ciência e qualidade de vida

Por Gilson Edmar, vice-reitor da UFPE
gilson.edmar@ufpe.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
 
A qualidade de vida, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é definida como a "percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". Assim, esta condição pode ser alcançada nas diferentes dimensões da pessoa e do meio, que se compensam e se harmonizam entre si, na própria interpretação da vida.
A qualidade de vida da população ou de um indivíduo é passível de ser mensurada, através de alguns indicadores pré-estabelecidos. É um conceito bastante amplo e subjetivo, com inúmeras variáveis. Por isso, qualquer tipo de avaliação do grau de satisfação é basicamente qualitativa, com alguns dados quantitativos. Estas variáveis podem ser: a saúde, o lazer, a cultura, as artes, o estilo de vida, a atividade física, entre outros.
 
A saúde, de acordo ainda com a OMS, pode ser definida muito além de uma simples ausência de doença, incluindo também alguns fatores, que se confundem com a qualidade de vida. São integrantes deste conceito mais amplo o lazer, uma habitação condigna e com saneamento básico, uma alimentação adequada, o acesso à cultura e às artes, uma renda compatível com a vida humana, trabalho e transporte condignos e a necessidade de uma atividade física regular.
 
A produção científica expressa o resultado da pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento. Os saberes gerados são indispensáveis ao desenvolvimento do país e ao crescimento intelectual e social da sua população. A pesquisa tem duas vertentes: a pesquisa pura, necessária ao crescimento da ciência em geral e a pesquisa aplicada, com reflexos imediatos na vida de todos. A pesquisa é basicamente desenvolvida nas universidades e nos institutos especializados, porém cada vez mais estão sendo estimuladas as empresas a terem esta atividade acoplada à sua linha de produção, para otimizar os seus resultados ou criar algo novo nas suas áreas de atuação.
 
A produção do conhecimento levada ao meio científico para ser validada, através das publicações em periódicos especializados, visa à busca de soluções para os problemas e as inquietações, baseada na pesquisa. Portanto, a produção do conhecimento deve ser um processo dinâmico destinado a responder as questões do cotidiano.
 
É relevante não só quantificar a produção científica na área da qualidade de vida, como também verificar os diversos temas publicados pelos pesquisadores. Com isso, teremos uma idéia do que mais está sendo estudado, com o objetivo de modificar ou aperfeiçoar o estilo de vida das pessoas. É importante salientar que também em muitos trabalhos publicados são abordados instrumentos para medir índices de qualidade de vida.
 
As diversas ações que promovem promoção de saúde e prevenção de doenças são fundamentais para a melhoria de vida dos agrupamentos sociais. A educação em saúde é uma ferramenta importante para se obter estes resultados. É interessante interagir com o saber popular, pois dele pode-se extrair também subsídios com os mesmos objetivos. Não deve haver incompatibilidade entre o saber científico e o saber popular, ou seja, a educação e a saúde devem ser sempre abrangentes. Vários são os atores responsáveis pela transmissão desses conhecimentos, especialmente os profissionais de saúde. A epidemiologia pode direcionar ações a serem desenvolvidas, para obtermos indicadores necessários a um planejamento eficaz. Isso facilitará a atuação no controle das patologias mais prevalente e na preservação da saúde.
 
Todas estas atividades nos mostram que, para desenvolver ações que visem ao bem-estar social, é necessário se basear na pesquisa, para dar uma base científica às diversas práticas adotadas. Os resultados das investigações devem estar sempre disponíveis, para que não haja dissociação entre eles e a prática.
 
Esses conhecimentos gerados não devem terminar quando se obtém os resultados no laboratório. Devem ser socializados por meio da publicação em periódicos científicos e da divulgação em revistas leigas e também através do ensino e da extensão. Assim, esses dados podem chegar até a sociedade, atingindo o objetivo de cada vez mais melhorar a qualidade de vida do nosso cidadão.
 
Publicado na edição do dia 30 de setembro de 2008 do Jornal do Commercio
Date of last modification: 31/10/2016, 10:53

Nested Portlets Nested Portlets