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Cidades inclusivas

Anísio Brasileiro
reitor da UFPE
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As cidades, por suas múltiplas funções - comerciais, lazer, industriais, religiosas, administrativas, tecnológicas, culturais - se constituem em espaços privilegiados da criação humana, pois permitem a interação entre as pessoas, a produção de ideias e geram movimentos artísticos que, de forma singular, conectam povos e culturas. Ao mesmo tempo, elas possuem problemas de violência, de saneamento, de congestionamentos, de exclusões e de agressões à natureza. Mas, por serem espaços de produção de conhecimento e de inovação, é nas cidades que se geram soluções para seus problemas, pois é nelas que residem universidades e centros de pesquisa. A eles cabe transformar o conhecimento em propostas que permitam um melhor funcionamento das cidades, baseado na geração de emprego e renda, na provisão de infraestruturas e de espaços urbanos de qualidade e na preservação da cultura, história e natureza.

A UFPE em muito contribui para essa forma de desenvolver as cidades. São exemplos as pesquisas sobre mobilidade nas quais se defende a aplicação de medidas que priorizem o transporte público e o não motorizado, o uso racional do automóvel e um diálogo efetivo entre o uso e a ocupação do solo e o transporte. Na questão ambiental, se destacam pesquisas sobre uso das energias eólica e solar, da qualidade das águas e do tratamento dos resíduos sólidos. Nas áreas de saúde, ocorrem pesquisas em nutrição, odontologia, medicina social, saúde coletiva, todas voltadas para a melhoria da vida.

A formação de recursos humanos com uma visão comprometida com a justiça social é uma condição ímpar para termos cidades inclusivas. Nesse sentido, a UFPE inicia este ano, de forma pioneira, a pós-graduação em direitos humanos, estando também em andamento uma inovadora reforma pedagógica no curso de arquitetura voltada para o cuidar das pessoas. Há os pré-acadêmicos, onde universitários preparam jovens das escolas públicas para o vestibular, além de especializações na formação de professores.

Hoje, Pernambuco vive novo momento econômico que pode possibilitar uma maior inclusão social. Para isso, o Recife e demais cidades da aglomeração são chamadas a fortalecer o trinômio indústria, tecnologia e cultura que, junto com recursos humanos de qualidade, pode garantir emprego, renda e inclusão. Nesse campo, a UFPE contribui com novas formações em informática, ciência da informação, engenharias naval, de materiais, de energia, de automação e de alimentos, com pesquisas em áreas estratégicas ligadas à cadeia do petróleo e gás, biotecnologia e fármacos, sempre com atenção à preservação ambiental. A cultura – com ênfase especial nas indústrias criativas – está presente nas relações universidade e sociedade, com novas formações em cinema, dança, artes visuais, música, museologia, e, na perspectiva do internacionalismo solidário, com ciências políticas, relações internacionais e empreendedorismo social através do fomento à economia solidária. Contribuir para um mundo mais justo e fraterno é missão das universidades. E a UFPE vem fazendo o seu papel.

Anísio Brasileiro é reitor da UFPE

(Artigo publicado no Jornal do Commercio no dia 6 de julho de 2012)
Date of last modification: 27/10/2016, 14:17

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