O professor Érico Andrade, do Departamento de Filosofia da UFPE, tomou posse como diretor de Comunicação da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof) para o biênio 2021-2022. A Anpof, fundada em 1983, tem como objetivo organizar e discutir políticas voltadas para a área de Filosofia no âmbito da pós-graduação e aglomera em si todos os programas de pós-graduação do Brasil, que hoje já são 54 programas credenciados pela Capes. A entidade também discute a política acadêmica e por isso é uma entidade importante na relação da área com a Capes, o CNPq e outros órgãos de fomento.
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Docente quer debater importância da Filosofia na sociedade
O professor considera desafiador assumir o cargo no contexto atual, que, segundo ele, é composto por políticas contrárias à Filosofia e à reflexão crítica que a Filosofia, como outras áreas de humanas, promove. “Estamos num contexto em que a Filosofia foi atacada sistematicamente. Tentou-se tirar a Filosofia, no que diz respeito a sua obrigação, do Ensino Médio. Por isso a Filosofia precisa se comunicar cada vez mais com a sociedade para que ela tenha a compreensão da importância desse saber para a formação das pessoas de forma geral”, defende.
O pesquisador conta que a Filosofia ganhou uma escala nacional e não está mais restrita ao eixo Sul-Sudeste. Por isso, o papel da nova gestão é fortalecer a filosofia em espaços onde ela está dando os primeiros passos, como o Norte e valorizar cada vez mais as questões regionais. É por meio da Diretoria de Comunicação que a comunidade filosófica brasileira se comunica entre si e com o público externo, tanto com as instituições de fomento quanto com a sociedade forma geral, através de programas de publicação de textos, publicações em grandes jornais e revistas de circulação nacional.
Érico explica que a mandato terá como foco alguns pontos centrais, como fortalecer a comunicação dentro da própria área, no sentido de estabelecer debates importantes, que tragam uma dimensão mais contemporânea da filosofia. “Em outras palavras, vamos levantar a importância das discussões ligadas a estudos pós-coloniais, de gênero e relativos a questões raciais, ameríndias e africanas. A Diretoria de Comunicação tem o papel central de fazer uma filosofia mais ampla, que trabalhe com outros horizontes epistemológicos, no sentido de garantir que nós possamos debelar algo que se constitui historicamente que foram injustiças epistêmicas”, analisa.