Coordenador da CBC do HC, Josimário Silva, destacou as ações neste quinquênio e os seus desafios
A importância da Comissão de Bioética Clínica (CBC) e a relação médico-paciente foram abordadas na III Jornada de Bioética Clínica do HC-UFPE, realizada na manhã de hoje (24), no anfiteatro 4, em comemoração aos cinco anos da CBC do HC, que é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Foto: Passarinho
Coordenador Josimário Silva ressaltou atualidade dos desafios éticos
O coordenador da CBC do HC, Josimário Silva, destacou as ações neste quinquênio e os seus desafios. “As grandes questões médicas da atualidade não são de cunho técnico, mas sim de ordem moral. O profissional sabe o que pode fazer tecnicamente em seu ofício, mas também se pergunta: ‘eu devo fazer?’. É quando entra a questão moral que deve respeitar a dignidade e a autonomia do paciente. Discutir a bioética é discutir a dignidade da pessoa”, explica Josimário.
O grupo multidisciplinar que compõe a CBC do HC tem como próximas metas a criação do Serviço de Bioética Clínica na unidade hospitalar e o mestrado na área. “Isso nos permitiria uma aproximação ainda maior com as equipes de assistência e nos manteria na vanguarda nessa área”, salienta Josimário Silva, que destacou as funções consultiva, normativa e educativa da CBC.
O evento prosseguiu com a palestra “Comissão de Bioética Clínica: Exigência jurídica/ética/bioética na relação com o paciente”, ministrada pela professora de Direito da USP, Livia Armentano Zago, com larga experiência em atuação no Conselho Federal de Medicina (CFM).
Livia Zago traçou um esboço histórico das relações entre o médico e o paciente desde a Idade Antiga até os dias atuais marcados pela tecnologia e o seu maquinário, além da legislação que protege a autonomia da pessoa. “Ao longo do tempo, há várias características nessa relação como o aspecto paternal (o cuidador e o ser cuidado), o da técnica (o conhecimento do exercício), o de amizade (baseado na confiança e confidencialidade) e o contratual (regido pelo Código de Defesa do Consumidor)”, destaca.
A palestrante salientou ainda pontos importantes que devem existir nessa relação entre médico e paciente a ser pautada sempre pelo diálogo. “A veracidade é fundamental, assim como o respeito à privacidade e à intimidade, além da importância do consentimento do paciente em seguir tal tratamento ou conduta”, explica Lívia.