A professora Roberta Uchôa, do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), integra a equipe criadora da publicação
O Guia de Produção e Comercialização de Alimentos da Reforma Agrária reúne informações sobre atividades e procedimentos necessários para o beneficiamento de produtos da agricultura familiar e foi elaborado a partir da experiência das mulheres da Agroindústria de Normandia. A professora Roberta Uchôa, do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), integra a equipe criadora da publicação, que será lançada nesta sexta-feira (26) no Centro de Formação Paulo Freire, que fica no Assentamento Normandia, em Caruaru (BR-104). O evento ocorre durante a 5ª Oficina de Fortalecimento de Comunidades Assentadas através de Redes de Produção Agroecológicas (Focar), das 9h às 13h.
Tanto as oficinas quanto o guia são frutos de um projeto de pesquisa financiado pela (Facepe) e intitulado “Memória e história das Boleiras de Normandia: Mulheres assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Caruaru, Pernambuco, na construção de modelo de produção e comercialização de produtos da agricultura familiar de base agroecológica no incremento da renda familiar e do ganho nutricional no campo”.
Ele foi desenvolvido por uma equipe formada pela nutricionista Juciany Araújo, pela agricultora Mauricéia Matias (Agricultora), pela consultora Gênova de Carli, pela estudante Laís Silva, pela psicóloga Magda Figueiroa, pela secretária Marília Lima e pelas assistentes sociais Dislaine de Sá, Luma Lemos e Roberta Uchôa, professora da UFPE.
Roberta Uchôa apresenta o histórico da iniciativa em um dos textos do guia. Ela explica que o objetivo geral do projeto era “resgatar saberes, experiências e práticas das mulheres de Normandia na produção de alimentos saudáveis e socialmente justos”. “A ideia era por meio da sistematização e gestão de conhecimentos disseminar informações úteis na geração de renda, na promoção de vida digna e na garantia da soberania alimentar de agricultoras e agricultores familiares para o enfrentamento das desigualdades sociais. Trocando em miúdos, pretendíamos contar a história das mulheres de Normandia que produzem bolos e pães; e, sobretudo, incentivar e fortalecer a agricultura familiar através da disseminação de conhecimentos sobre beneficiamento e comercialização dos produtos agrícolas dos assentamentos do MST/PE”, escreve a professora.
Na publicação, fala-se sobre a história do Assentamento Normandia, sobre as mulheres trabalhadoras rurais, sobre agroecologia e temas como a soberania alimentar e nutricional. Em mais dois capítulos, são disponibilizadas orientações sobre a produção e a comercialização de alimentos seguros.
Se a elaboração do guia é uma forma de dar continuidade ao compartilhamento dessas informações, a realização das oficinas Focar foi a estratégia escolhida pela equipe para o trabalho de campo, com visitas às comunidades rurais participantes.
AMPLIAÇÃO DA PESQUISA - Por falar nelas, o grupo decidiu ampliar a abrangência da pesquisa para outras comunidades rurais além do Assentamento Normandia. A professora Roberta Uchôa pontua que “as diversas associações de agricultoras e agricultores de Caruaru possuem Redes de Agricultura Familiar, com algumas agroindústrias, que permitem que a produção de um território seja beneficiada em outro território rural”.
“Como já existiam essas articulações entre diversas comunidades rurais, o fortalecimento delas se transformou em um dos nossos objetivos principais”, ressalta Roberta Uchôa, que acrescenta: “Além de ampliar a participação de diferentes territórios rurais, decidimos também abrir as oficinas à participação de homens. Mulheres e homens foram muito bem-vindas e bem-vindos, pois somente juntas e juntos andamos melhor”, destaca.
Sendo assim, de julho a dezembro de 2023, o grupo promoveu quatro oficinas no Assentamento Normandia para trabalhadoras e trabalhadores de oito comunidades rurais de Caruaru (Assentamento Normandia, Assentamento Lago Azul, Acampamento Jeânio Carlos, Sítio Carneirinho, Sítio Guaribas, Sítio Serra dos Pintos, Vila Contendas, Vila Rafael) e uma de São Joaquim do Monte (Pré-Assentamento Sítio Camaragibe). Ao todo, 19 pessoas participaram da experiência.
Mais informações
Professora Roberta Uchôa
roberta.uchoa@ufpe.br