O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFPE vai promover, na próxima quinta-feira (6), a apresentação da dissertação “A prática da amamentação em mães universitárias: e os fatores intervenientes para esse cenário”, de autoria de Rafaela Barbosa da Silva, realizada sob orientação do professor Bruno Severo Gomes e coorientação do professor Marcelo Tavares Viana. A defesa ocorrerá na sala da Pós, no Centro de Ciências da Saúde (CCS/Campus Recife), às 14h, para uma banca examinadora composta pelas professoras Eliane Maria Ribeiro de Vasconcelos (UFPE), Emília Chagas Costa (CAV-UFPE) e Debora Catarine Nepomuceno de Pontes Pessoa (UFPE).

Resumo

A pesquisa foi realizada em forma de censo, para buscativa das mães universitárias nos 92 cursos de graduação e cinco em educação a distância distribuídos nos dez centros acadêmicos que compõem a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Campus Recife, são eles CCS, CB, CAC, CCEN, CCJ, CCSA, CE, CFCH, CIn e CTG. Para a pesquisa, foram entrevistadas mães que estavam em processo de amamentação ou que já amamentaram seus filhos durante a graduação. A coleta foi realizada no período de março a setembro de 2017 totalizando 192 mães universitárias de 45 cursos de graduação com idade de 19 a 44 anos. O estudo resultou de buscativas diárias com o apoio da divulgação da pesquisa em meios de comunicação nas redes sociais, fanpages de Facebook, sites oficiais da UFPE, cartazes fixados em áreas de circulação dos alunos, Diretórios Acadêmicos (DA), copiadoras, além da abordagem de alunos dos períodos encontrados nos halls dos centros e espaços livres da universidade. As visitas para obtenção do censo foram realizadas em formas de plantão de 12 horas diariamente nos turnos (manhã, tarde e noite) nos dez centros acadêmicos, nos 92 cursos presencias e 5 EAD (Educação a Distância) e todos os períodos de cada curso de graduação que compõem o Campus UFPE Recife. A amamentação é considerada pelo Ministério da Saúde como melhor alimento para o bebê nos primeiros seis meses de vida, propiciando como benefícios no crescimento e desenvolvimento a redução de morbimortalidade, infecções gastrointestinais, respiratórias, obesidade, cognição infantil, alívio de dor e repercussões na predisposição alimentar. A mãe universitária vive uma dualidade pela ausência de apoio da instituição de ensino em relação às dificuldades de amamentar exclusivamente e seguir sua carreira profissional. A pesquisa identificou os fatores que interferem no aleitamento materno nos ambientes acadêmicos da UFPE, dentre estes a ausência do espaço de lactação, que 90% das mães entrevistadas sugeriram como forma de apoio a implementação de salas de amamentação. Também foram mencionadas a falta de garantia nas vagas da creche que é disputada com funcionários e moradores do bairro universitário; o cumprimento da licença e flexibilidade de horário de aulas por parte dos professores; grupos de apoio, rodas de conversa e palestras educativas referente a essa temática de modo a integrar o meio a realidade da mãe universitária e estabelecer a rede de apoio e promoção ao aleitamento materno. Tal interesse corrobora com as investigações mais crescentes da literatura que apontam a importância da rede de apoio social à lactante através de leis direcionadas as mães estudantes e institucionalização de salas de apoio a lactação nos centros acadêmicos.