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Projeto com participação de professor da UFPE é finalista do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica

Trabalho usa análise computacional do discurso para diagnóstico preciso de psicose e avaliação cognitiva

O professor Mauro Copelli Lopes da Silva, do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), faz parte de uma das equipes finalistas do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica, realizado pelos grupos Dasa e Abril com curadoria da revista Saúde. De acordo com os organizadores, a iniciativa visa reconhecer, valorizar e divulgar estudos, campanhas e trabalhos que estão mudando o jeito de propiciar mais qualidade de vida à população brasileira. O resultado será divulgado no dia 5 de dezembro.

O projeto “Análise computacional do discurso para diagnóstico preciso de psicose e avaliação cognitiva” concorre na categoria Inovação em Medicina Diagnóstica. Ele é fruto do doutorado da médica psiquiatra Natália Bezerra Mota, realizado no Programa de Pós-Graduação em Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob a orientação de Mauro Copelli e a coorientação do professor Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da UFRN.

De acordo com o professor da UFPE, por meio do método de psiquiatria computacional, os relatos dos pacientes aos psiquiatras são transformados em objetos matemáticos chamados grafos. Em seguida, é realizada a análise dos grafos para diagnosticar a doença. “Este método foi desenvolvido ao longo de vários trabalhos”, explica o professor, que atua, entre outras áreas, no campo da neurociência computacional. Confira abaixo o resumo do projeto submetido ao prêmio.

SUS - Defendida em 2017, a tese também foi contemplada com o Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Sistema Único de Saúde (SUS) do ano passado, na categoria Trabalho Publicado. Sob o título “Desordens do pensamento medidas como estrutura aleatória de fala classificam sintomas negativos e diagnóstico de esquizofrenia com seis meses de antecedência”, o paper foi divulgado no periódico científico internacional NPJ Schizophrenia.

Resumo

O sentimento de medo, estranheza e insegurança, como se a pessoa vivesse constantemente numa realidade ameaçadora, pode levar a sintomas como delírios e alucinações. Mas como ir além da observação subjetiva para caracterizar psicoses se não existem marcadores biológicos desses transtornos? Diante desse desafio, cientistas do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um método computadorizado para mostrar a relação entre o uso de palavras e as desordens de pensamento – representadas, por exemplo, pela fuga de ideias e dificuldade de manter a objetividade no relato. Numa analogia, assim como um exame de sangue revela ao médico se uma infecção é bacteriana ou viral, a nova ferramenta, barata, rápida e precisa, serve de guia para o psiquiatra diferenciar o diagnóstico entre esquizofrenia e transtorno bipolar, por exemplo. Sem contar que a análise permite acompanhar a evolução do paciente, saber se o tratamento está sendo eficiente e ajudar na tomada de decisões em situações de emergência.

Data da última modificação: 29/10/2018, 15:06