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Artigo de pesquisadores da UFPE revela alta diversidade de fungos em caverna na Caatinga
Artigo publicado é pioneiro em cavernas do Nordeste e já está com grande repercussão científica entre estudiosos dos fungos, cavernas e morcegos
Como parte dos resultados do projeto de mestrado de Aline Oliveira Barboza da Cunha, no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos (PPGBF), o artigo “Living in the dark: Bat caves as hotspots of fungal diversity” foi publicado na revista científica PLoS ONE no último dia 4. “O artigo publicado é pioneiro em cavernas do Nordeste e já está com grande repercussão científica entre estudiosos dos fungos, cavernas e morcegos”, explica a professora Cristina Maria de Souza Motta, do Departamento de Micologia, que supervisionou a equipe de pesquisa, coorientada pelo professor Alexandre Reis Machado. O artigo pode ser acessado e baixado gratuitamente aqui.
A pesquisa foi conduzida na caverna Meu Rei, localizada no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco. De acordo com os pesquisadores, essa caverna é classificada como uma “bat cave” porque abriga populações excepcionais de morcegos, que podem atingir mais de 120 mil indivíduos em determinados períodos do ano.
Tendo em vista que estudos sobre a diversidade de fungos em ambientes cavernícolas e associados com morcegos são pouco realizados, sobretudo no Brasil, neste artigo, os pesquisadores avaliaram a riqueza de espécies de fungos presentes no ar da caverna, a presença de fungos em três microhabitats no corpo dos morcegos (cavidade oral, pelos e membrana da asa) e os fungos associados ao guano (fresco e não fresco) de morcegos com diferentes hábitos alimentares (insetívoros, frugívoros e hematófagos).
Imagem: Reprodução
Análises revelaram 59 tipos de fungos diferentes nos morcegos
Os 59 táxons (unidades taxonômicas) de fungos identificados a partir análises morfológicas e de sequências de DNA foram agrupados no filo Ascomycota (50 táxons), seguido por Basidiomycota (oito) e Mucoromycota (um). Oito (21,6%) dos 37 gêneros e 17 (53,1%) das 32 espécies identificadas foram relatadas pela primeira vez em cavernas, destacando a necessidade de conservação dos fungos, das cavernas e dos morcegos, não apenas em áreas de Caatinga.
O grupo contou com a colaboração do pós-doutorando Eder Barbier e do professor Enrico Bernard, ambos do Laboratório de Ciência Aplicada à Conservação da Biodiversidade do Departamento de Zoologia da UFPE, e do professor Jadson Diogo Pereira Bezerra, do Laboratório de Micologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG).
APOIO – O estudo foi uma colaboração interdisciplinar e interinstitucional, realizado com recursos – principalmente obtidos de projetos financiados pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) coordenados pela professora Cristina Souza Motta – que garantiram parte do suporte para que os experimentos fossem conduzidos no Laboratório de Pesquisa da Micoteca URM da UFPE.
O Projeto Bat Caves do Nordeste, coordenado pelo professor Enrico Bernard, vem estudando bat caves em vários estados do Nordeste, e além do apoio das agências de fomento (Facepe e CNPq), conta também com recursos de compensação ambiental espeleológica, disponibilizados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
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