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Programa de extensão leva interiorização da biologia ao município de Passira (PE)

Programa Institucional de Pesquisa, Educação e Extensão (Pipex) leva licenciandos a quatro escolas municipais

Renata do Amaral

Uma pedaço de repolho roxo vira indicador de pH. O DNA da cebola é extraído com álcool. Uma garrafa PET e uma bexiga de festa são usadas para explicar o sistema respiratório. Esses são alguns dos experimentos pedagógicos realizados pelos bolsistas do Programa Institucional de Pesquisa, Educação e Extensão (Pipex) de Interiorização da Biologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Esportes da Prefeitura de Passira, município do Agreste pernambucano.

Fotos: Divulgação

Equipe da UFPE na Caravana Pipex, que reuniu alunos de diversas escolas

A ideia é realizar aulas práticas com materiais acessíveis para complementar as aulas teóricas ministradas pelos professores. Participam do projeto alunos da licenciatura em Ciências Biológicas (CB) e também da equipe de robótica Maracatronics, formada por alunos de Engenharia Mecânica do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), ambos do Campus Recife. O projeto é coordenado pelos professores Paulo Antônio Padovan e Isaíras Pereira Padovan, do Departamento de Histologia e Embriologia do Centro de Biociências (CB).

Jovens da Escola Maria Alves de Lima realizam atividade prática

Quatro instituições públicas do ensino fundamental recebem os estudantes toda segunda-feira: as escolas municipais Maurina Rodrigues dos Santos, no Centro; João Heráclio Duarte, no Sítio Varjadas; Maria Alves de Lima, na Vila Bengalas; e Maria José de Medeiros, no Sítio Tamanduá. “Do ponto de vista pedagógico, tentamos vencer as barreiras por meio do ensino por experimentação”, afirma o estudante Amaral Santos, do 4° período. “Os alunos vêm de famílias de agricultores e buscamos nos adequar à realidade deles”, explica.

Sítio Varjadas conta com horta sob os cuidados dos estudantes

O estudante Nilton Vicente está no último período do curso e faz parte do grupo há quatro anos. Ele explica que os bolsistas estão sempre em diálogo com o professor da disciplina para escolher a melhor prática e que são elaborados projetos para dialogar com a comunidade e envolver os alunos. “Eles têm a oportunidade de perceber como aplicar o que o professor ensina”, diz. Alguns exemplos são a compostagem com restos de frutas e legumes para a horta e o aproveitamento da água do ar condicionado de uma das escolas, que gera uma caixa d’água por mês.

Já o licenciando Isaías Lucena, do 5° período, destaca o aprendizado de ser bolsista. “É uma experiência fundamental para quem está na licenciatura, pois a teoria vem à tona na prática. O Pipex oferece essa construção”, ressalta. “Você se torna um profissional diferenciado”, destaca a estudante Thauanna Mikaelly, do 5° período. “A gente consegue fazer algo interessante com poucos materiais e isso é algo que vamos conseguir aplicar no mercado de trabalho”, completa. “A ciência é fácil quando a gente consegue interligá-la ao cotidiano dos alunos”.

A equipe do Maracatronics, composta por alunos de Engenharia Mecânica, colabora com aulas de Arduino, plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre, e alterna aulas teóricas e práticas de robótica para criar soluções ligadas à realidade dos estudantes. Um dos resultados foi o dispositivo para medir a umidade do solo da horta e promover irrigação quando necessário, de acordo com o estudante Paulo Danilo da Costa Alves. Outro mecanismo criado foi usado para controlar carrinhos por meio do celular.

CARAVANAS – Além do trabalho fixo com as quatro escolas, o Pipex também promove caravanas recreativas para socialização entre as crianças com diversas atividades para alunos e pais, reunindo até 4 mil alunos de todas as escolas do município. A ação conta com o apoio de professores e estudantes de outros centros da UFPE e visa à melhoria da qualidade de vida da comunidade.Também há palestras sobre temas transversais como doenças sexualmente transmissíveis, drogas e trabalho infantil.

Segundo a equipe, é possível perceber a evolução dos alunos no comportamento em sala de aula e até nas outras disciplinas. Além disso, as escolas vêm apresentando notas melhores em avaliações externas. “Usamos metodologias ativas, que colocam os alunos para fazer as coisas”, afirma Isaías Lucena. Os participantes do Pipex vêm enviando artigos para congressos e revistas científicas para compartilhar as experiências desenvolvidas e estão elaborando um manual com aulas práticas de ciências.

“Todos no grupo se ajudam, é como se fosse uma família”, afirma a aluna Sara Aguirre, no grupo há apenas um mês. Também fazem parte do Pipex os estudantes Neidinha Alves de Miranda, Janaína dos Santos Monteiro, Edvaldo Nascimento, Raquel Maria Vera Cruz, Icaro Pereira Bernardo da Silva, Thaís Kananda da Silva Souza e João Júnior da Silva. A equipe também presta apoio às atividades do Laboratório de Biologia da Coordenadoria de Ensino de Ciências do Nordeste (Cecine) da UFPE.

Cerca de 60 estudantes já passaram pelo programa, que já existe há dez anos e inclui alunos do 3° ao 8° período. “É muito importante para eles ficarem mais desenvoltos em sala de aula e recapitular os aprendizados que já tiveram”, afirma o professor Paulo Antônio Padovan. “Meu papel é juntar os meninos e acompanhá-los”, explica. Ele conta com o apoio de outros professores do CB e destaca também o ótimo relacionamento com a equipe das escolas. “Acima de tudo, para participar é preciso ter espírito de coletividade”, ressalta.

Mais informações
Pipex Interiorização da Biologia

ufpepipex@gmail.com

Data da última modificação: 21/08/2018, 15:47

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