Destaques Destaques

Voltar

“Traga-me a cabeça de Lima Barreto!” chega a Recife pela primeira vez

Sucesso de público e crítica, peça celebra a genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia

Da assessoria do espetáculo

O espetáculo será apresentado “Traga-me a cabeça de Lima Barreto!” será apresentado no Teatro Milton Baccarelli, no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, na próxima segunda-feira (18), às 20h. No dia anterior, no domingo (17), a peça vai estrear no Teatro Barreto Junior, às 18h. Há dois anos em cartaz, com 110 apresentações, “Traga-me a cabeça de Lima Barreto!” já foi apresentado para 13 mil espectadores, cumprindo temporada no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Teresina. O espetáculo foi encenado também na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty (RJ), onde o escritor foi o homenageado.

Escrita pelo diretor e dramaturgo Luiz Marfuz, especialmente para comemorar os 40 anos de carreira do ator Hilton Cobra, com direção de Fernanda Júlia do (Nata – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas), a peça mostra uma imaginária sessão de autópsia na cabeça de Lima Barreto, conduzida por médicos eugenistas, defensores da higienização racial no Brasil, na década de 1930. O propósito seria esclarecer “como um cérebro considerado inferior poderia ter produzido uma obra literária de porte se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças tidas como superiores?”. A partir desse embate, a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia, a obra não reconhecida e os enfrentamentos políticos e literários de sua época.

Foto: Adeloya Magnoni

Peça foi escrita pelo diretor e dramaturgo Luiz Marfuz

LIMA BARRETO – Afonso Henriques de Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1881, sete anos antes da abolição da escravatura, sua vida é recheada de acontecimentos polêmicos, controversos e trágicos.

Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado por escritores contemporâneos por seu estilo despojado e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. Lima queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos.

Ficha Técnica:
Hilton Cobra – Ator
Luiz Marfuz – Dramaturgia
Fernanda Júlia – Direção
Cenário: Vila de Taipa (Laboratório de Investigação de Espaços do Teatro Vila Velha), Erick Saboya, Igor Liberato e Márcio Meireles
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Valmyr Ferreira
Figurino: Biza Vianna
Direção de Movimentos: Zebrinha
Direção Musical: Jarbas Bittencourt
Direção de vídeo: David Aynan
Design gráfico: Bob Siqueira e Gá
Produção executiva: Afonso Drummond
Participações especiais (voz em off): Lázaro Ramos, Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade

Data da última modificação: 15/02/2019, 15:10