Destaques Destaques

Voltar

Pós-Graduação em Música tem duas defesas de dissertação este mês

Temas são música de bandoneón e acordeón no nordeste uruguaio e inserção na guitarra no frevo pernambucano

Dois estudantes da primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Música (PPGM) da UFPE defendem suas dissertações neste mês. Orientado pelo professor Carlos Sandroni, o mestrando Fabián Arocena Narbondo apresenta, amanhã (23), às 14h, a pesquisa “Trilha típica e folclórica: panorama da música de bandoneon e acordeon do nordeste uruguaio”, na sala 3 do térreo do Centro de Artes e Comunicação (CAC).

No próximo dia 31, às 16h, é a vez de o mestrando Ítalo Guerra Sales apresentar o estudo “Frevo elétrico: um estudo sobre a inserção da guitarra e outros instrumentos elétricos no frevo pernambucano (1960-1990)”. A apresentação será na sala de multimídia do CAC. Ele foi orientado por Eduardo Lima Visconti.

Os resumos dos dois trabalhos podem ser conferidos abaixo.

Resumo 1

Trabalho de pesquisa e documentação escrita e audiovisual de acordeonistas e bandoneonistas do nordeste uruguaio, que identifica e documenta no momento atual, músicos ainda vivos, cultores da tradição musical da região. Sendo que bandoneon e acordeon (acordeão, sanfona) são, sem contar o violão, os dois instrumentos com mais antiguidade, que mais podem ser achados no interior do Uruguai, a partir dos documentos escritos, sonoros e audiovisuais gerados, se faz um panorama do estado atual das músicas tradicionais e populares do nordeste uruguaio, descrevendo suas práticas atuais, sua funcionalidade e suas principais características, e mostrando parte de evolução que essas práticas tem sofrido, particularmente de uns 60 anos para esta data, e mostrando também que, mesmo com mudanças, a música tem vitalidade. No desenvolvimento do projeto, veremos que surge a necessidade de problematizar as próprias noções de “popular”, tradicional, e os próprios termos “folclore” e “típica”, que aparecem no título do projeto. O trabalho começa então por apresentar uma discussão sobre estas noções a partir dos principais referentes da região, neste caso sul-americana, que em Uruguai tem o trabalho de Ayestarán como principal antecedente. Esta discussão permite observar as características dos músicos e suas práticas, sem tentar levá-las forçosamente a alguma das categorias já estabelecidas, e sim observando suas particularidades e suas possíveis características comuns com outros casos anteriores e atuais.

Resumo 2

Neste trabalho, realizamos um mapeamento das primeiras inserções da guitarra e outros instrumentos elétricos em orquestras e grupos de frevo da cidade do Recife, indo desde os anos 1960 até os anos 1990, onde procurou-se investigar a dimensão simbólica da entrada destes instrumentos no frevo pernambucano por diversas vias. A princípio, através do resgate de ideias de tradição e modernidade que circulavam na capital pernambucana em meados do século XX; em seguida, após a interação entre os instrumentos elétricos e o frevo, ocorrida na Bahia em 1951, buscou-se compreender de que forma o “frevo baiano” fora recebido por maestros, jornalistas e intérpretes em Pernambuco, analisando discursos que revelavam diversos conflitos e um ouvido social que se mostrava em processo de transformação no Estado. A partir de entrevistas e escritos jornalísticos coletados, vimos como os instrumentos elétricos já interagiam com o frevo nos anos 1960, sendo posteriormente inseridos em gravações de orquestras e grupos do gênero de forma associada à sonoridade do rock nos anos 1970, promovendo novas dinâmicas de produção nos anos 1980 e consolidando-se na década de 1990. Por fim, também através da transcrição de fonogramas do frevo pernambucano, analisamos como o uso da guitarra elétrica e outros instrumentos elétricos transformou a música do gênero, servindo a novas concepções que passavam a circular com maior força no âmbito da música pernambucana a partir dos anos 1980.

Mais informações
Departamento de Música
(81) 2126.8308

Data da última modificação: 22/08/2018, 11:52