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Exposição reúne obra e marca o centenário do arquiteto Delfim Amorim

Para comemorar o centenário de nascimento do arquiteto português Delfim Amorim

Para comemorar o centenário de nascimento do arquiteto português Delfim Amorim, que foi professor da Escola de Belas Artes de Pernambuco, será inaugurada, no próximo domingo (2), na sua cidade natal, Póvoa do Varzim, a mostra “Delfim Amorim em casa”, uma iniciativa resultante do esforço conjunto da Câmara Municipal Póvoa de Varzim/Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Após cumprir temporada no exterior, a exposição virá para o Brasil, em data a ser definida.

 

 

Organizada pelos arquitetos José Ribeiro e Luiz Amorim, este professor do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPE (MDU), a exposição segue uma narrativa expográfica que associa o pensamento arquitetônico aos projetos de Delfim destinados à moradia – individual e coletiva – contemplando obras relevantes projetadas para as cidades portuguesas de Guimarães, Vila do Conde e Porto, algumas delas ainda desconhecidas dos estudiosos da arquitetura moderna em Portugal. Há, ainda, registros de obras realizadas em solo brasileiro para permitir uma reflexão sobre a permanência de modos de pensar e de fazer ao longo da sua curta, mas profícua, carreira.

ARQUITETO – O arquiteto Delfim Fernandes Amorim nasceu em Portugal, na freguesia de Amorim, concelho da Póvoa de Varzim, no dia 2 de abril de 1917. Estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde obteve seu título de arquiteto em 1947 e atuou como professor assistente nos anos de 1950 e 1951. Participou ativamente dos movimentos de implantação e divulgação da arquitetura moderna, tendo sido fundador e militante da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM). Suas obras construídas e projetadas foram expostas em mostras nacionais e publicadas em revistas portuguesas

O arquiteto emigrou para o Brasil em dezembro de 1951, como consequência do recrudescimento político do regime salazarista e da defesa vigorosa deste sistema político de uma arquitetura nacional, uma estratégia típica dos regimes nacionalistas do período, reduzindo, portanto, as oportunidades de trabalho para os jovens arquitetos modernistas portugueses.

LEGADO – No Recife, a cidade por ele escolhida, foi professor das disciplinas de Pequenas Composições de Arquitetura e Modelagem, depois denominada de Plástica, no curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco, que depois veio a constituir a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife (hoje UFPE). Sua atuação como educador deixou marcas em seus alunos de origem brasileira e latino-americana, cujos traços são percebidos em cidades do Nordeste brasileiro e em países da América Latina.

Delfim Amorim tornou-se um dos arquitetos mais atuantes na Região Nordeste do Brasil, no período de 1952 a 1972. Sua marca principal é a conciliação entre princípios modernistas e modos de fazer associados às culturas regionais. Uma postura que muito deve às formulações teóricas do arquiteto brasileiro Lúcio Costa, mas que teve nele um intérprete de personalidade própria, percebida em suas reflexões e obras ainda em solo português, mas plenamente desenvolvida em solo brasileiro.

Sua morte prematura em 1972, aos 55 anos de idade, ceifou uma obra que estava em pleno vigor. Suas últimas obras mostram um profissional irrequieto em busca de novos caminhos para a arquitetura. Entre os trabalhos mais conhecidas no Recife estão os edifícios Acaiaca (1957) e Francisco Vita (1968), em Boa Viagem; Duque de Bragança (1970-72), no Derby; Edifício AIP (1956), no bairro de São José; e Barão do Rio Branco (1965-69), Santa Rita (1962), e Pirapama (1956-60), no bairro da Boa Vista; e a casa (1959) onde funciona a sede da CPRH, no bairro de Santana.

Data da última modificação: 05/04/2017, 20:15