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Exposição “Lugar de mãe é na Universidade” é inaugurada no Centro de Artes e Comunicação

O objetivo é mostrar adversidades enfrentadas por mães universitárias, docentes e técnicas, incluindo falta de apoio acadêmico e dificuldade em alinhar estudos e cuidados maternos

Fotos: Raiane Andrade

Obras mostram dia a dia das mães que estudam e trabalham

A exposição “Lugar de mãe é na Universidade” começou ontem (8), no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, numa promoção do projeto de extensão Maternagem, Mídia e Infância (MMI), contando com cartazes, obras de arte e propostas de debates relacionadas à maternidade na Universidade. Na abertura do evento, estiveram presentes o reitor Alfredo Gomes, o vice-reitor, Moacyr Araújo, as docentes Maria Collier e Carolina Dantas, coordenadoras do MMI, além de professores, discentes e outros membros da equipe do trabalho de extensão.

Realizada na Galeria Capibaribe, no térreo do CAC, a exposição busca expor à comunidade acadêmica as diversas adversidades enfrentadas por mães universitárias, docentes ou técnicas, como percalços financeiros, falta de apoio acadêmico e dificuldade em alinhar estudos e cuidados maternos. Para isso, relatos de mães que vivenciam a Universidade e propostas de políticas públicas adotadas por outras universidades do país foram expostos na galeria e no hall de entrada do centro para conscientizar os transeuntes e abrir o debate.

O reitor abordou o papel de liderança que muitas mulheres têm em cargos de gestão de diversas universidades brasileiras. Em seguida, proferiu uma breve fala acerca da entrada e manutenção de mulheres e mães na UFPE. “Nós conseguimos avançar em relação à política de cotas. Temos mulheres de todas as idades, de todas as cores e classes sociais, mas existem temáticas que nós precisamos aprofundar, sem sombra de dúvidas. Precisamos dimensionar e olhar essa questão da maternagem”, ressaltou.

Alfredo Gomes ainda destacou algumas medidas que podem ser tomadas para reduzir as dificuldades que mães possuem para ingressarem e se manterem no ambiente acadêmico. “É muito importante nós introduzirmos, nos concursos da Universidade, meios de trazer os anos de maternagem. O processo [de seleção] é muito desigual e desonesto do ponto de vista da política. Nós também levamos esse esquema para a iniciação científica para que gestantes e lactantes pudessem ter pontuações diferentes em relação às bolsas de iniciação”, disse.

Dirigentes, docentes, técnicos e alunos, juntos em apoio à maternidade

O vice-reitor Moacyr Araújo abordou o impacto trazido pela pandemia na rotina das mães discentes. Segundo ele, o isolamento social intensificou e expôs ainda mais esses problemas. O cotidiano se tornou ainda mais árduo para a mescla estudos/trabalho e maternidade, sobrecarregada pelos afazeres domésticos e o excesso de telas. “Precisamos conversar mais. Fica a sugestão de realizarmos seminários aqui na UFPE nos quais possamos convidar todos os docentes para fazermos um dia de conversa sobre esse tema fundamental. Também devemos pegar todo esse trabalho de exposição e fazê-lo passear pelos centros, já que é uma temática absolutamente necessária”, afirmou. A Universidade deveria, ainda de acordo com o vice-reitor, expandir a exposição para o Centro Acadêmico de Vitória (CAV) e o Centro Acadêmico do Agreste (CAA).

Uma das coordenadoras da exposição e do MMI, Carolina Dantas, professora do Departamento de Comunicação da UFPE, falou sobre a extrema relevância do evento. “Momentos como esse têm a função de dar visibilidade às pautas das mulheres que são mães na Universidade em todos os níveis, como alunas, servidoras técnicas ou servidores docentes, para que a gente entenda que a jornada de muitas dessas mulheres, principalmente das alunas que foram mães muito cedo, é mais difícil do que outros técnicos, de outros alunos e de outros professores”, destacou ela.

São exibidos relatos dos problemas enfrentados pelas mães

MMI - O projeto Maternagem, Mídia e Infância (MMI) é um projeto de extensão vinculado ao Grupo de Pesquisa Publicidade Híbrida e Narrativas de Consumo (PHiNC) e ligado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e à Pró-reitoria de Ensino e Cultura (Proexc) da UFPE. Tem como objetivo garantir a visibilidade a questões, problemáticas e possíveis ações de enfrentamento aos entraves relacionados às mães da universidade. Conta, além das professoras Maria Collier e Carolina Dantas, com discentes de vários cursos do Centro de Artes e Comunicação, como Marília Félix, Brenda Guedes, Gisele Ramos, Rodrigo Lopes, Aline Melo e Amanda Cruz. 

Data da última modificação: 10/03/2023, 14:51