Foto: Damião Santana/Divulgação

Pintor letrista em Caruaru foi eternizado na exposição

O projeto “Abridores de Letras de Pernambuco – um mapeamento da gráfica popular”, parte integrante da pesquisa de doutorado da professora Fátima Finizola, do Núcleo de Design e Comunicação do Campus do Agreste (CAA) da UFPE, realizou uma extensa pesquisa visual por seis cidades do Estado de Pernambuco ao longo de mais de cinco anos. A pesquisa disponibilizada em livro em 2013 por meio de incentivo do Funcultura, agora chega com ao Museu do Homem do Nordeste da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no formato de uma exposição. A mostra tem início amanhã (29) e vai até o dia 25 de novembro, na Galeria Waldemar Valente do museu.

O seu objetivo principal da pesquisa foi fazer um mapeamento e análise da produção de letreiramentos populares e da profissão do pintor letrista em Pernambuco, por meio do estudo comparativo entre as paisagens urbanas das cidades do Recife, de Gravatá, Caruaru, Arcoverde, Salgueiro e Petrolina.

A mostra organizada sob a curadoria da professora Fátima Finizola em conjunto com a coordenadora de Exposições e Difusão Cultural do MUHNE, Simone Luizines, tem o intuito de compartilhar com o público um pouco dos saberes populares destes artífices por meio da exposição de parte do acervo constituído durante o projeto.

Buscou-se investigar as similaridades e diferenças da linguagem visual dos letreiramentos populares dessas cidades, para traçar um perfil da configuração gráfica e do processo produtivo desses artefatos no Estado, sob o olhar do design. O resultado do estudo nos permitiu traçar um panorama das principais características formais deste universo – cores, tipografias, suportes etc.- bem como do processo de confecção desses objetos por seus artífices, revelando as inspirações e influências que norteiam o trabalho dos pintores letristas, suas ferramentas e técnicas. 

Por outro lado, o projeto também proporcionou maior visibilidade aos protagonistas desta tradição popular que muitas vezes se escondem no anonimato de suas obras efêmeras nem sempre assinadas – os pintores ou abridores de letras.

A pesquisa foi realizada durante o doutorado em Design da UFPE sob a orientação da professora Solange Coutinho e em parceria com o fotógrafo e designer Damião Santana. A extensa coleta de dados realizada ao longo da investigação gerou um banco de imagens com mais de 1 mil fotos que registram os letreiramentos da paisagem das seis cidades visitadas, bem como o trabalho de 12 pintores letristas do Estado de Pernambuco. Também constitui o acervo cerca de 40 peças adquiridas junto aos artistas.