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Delfim Amorim receberá título de Professor Emérito In memoriam

Entre os seus projetos mais conhecidos estão os Edifícios Acaiaca, na Avenida Boa Viagem; e Pirapama, na Avenida Conde da Boa Vista, no centro do Recife

Foto: Divulgação

Nascido em Portugal, ele emigrou para o Brasil em 1951

A Universidade Federal de Pernambuco vai outorgar, no dia 6 de dezembro, o título de Professor Emérito In memoriam ao professor e arquiteto Delfim Fernandes Amorim, que teve atuação marcante quando atuou como docente e profissional no Nordeste do Brasil. Proposta pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, a outorga foi aprovada pela unanimidade dos membros do pleno departamental. A solenidade de entrega do título ocorrerá no Auditório João Alfredo, no prédio da Reitoria, às 15h. Entre os seus projetos mais conhecidos estão os Edifícios Acaiaca, na Avenida Boa Viagem; e Pirapama, na Avenida Conde da Boa Vista, no centro do Recife.

Nascido em Portugal, na freguesia de Amorim, concelho da Póvoa do Varzim, em 2 de abril de 1917, Delfim Fernandes Amorim graduou-se como arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Foi professor de grandes composições de arquitetura na mesma instituição entre 1950 e 1951. Desenvolveu com o sócio Oliveira Martins projetos residenciais, comerciais e públicos de 1947 a 1951. Militou em favor da arquitetura moderna através de artigos publicados na revista Vértice, de Coimbra, de palestras como a Arquitetura de Hoje, 1951, proferida no Ateneu Comercial do Porto, e da participação, como membro-fundador, na Organização em Defesa da Arquitetura Moderna (Odam).

Emigrou para o Brasil, em 1951, por causa das condições socioeconômicas de seu país e da presença de um irmão no Recife, onde se instalou definitivamente. Os primeiros projetos ali desenvolvidos foram assinados por engenheiros construtores ou por Acácio Gil Borsoi – com quem trabalhou inicialmente –, já que Amorim só conseguiu validar o seu diploma depois que, em 1956, se naturalizou brasileiro. Desenvolveu projetos residenciais, comerciais, de serviço, educacionais e industriais em parceria com os arquitetos Lúcio Estelita, Armindo Leal e Heitor Maia Neto, seu sócio, entre 1963 e 1972, e assistente no curso de Arquitetura desde 1958. Ao mesmo tempo, realizou pareceres para o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Entre 1952 e 1972, Amorim foi um dos mais atuantes arquitetos da Região Nordeste do país.

Até 1959, quando foi criada a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife, foi professor da cadeira de Pequenas Composições do curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes, primeiro como assistente de Borsoi, depois como responsável pela disciplina. Assumiu a cadeira de Composição de Arquitetura em 1959 e a cadeira de Plástica em 1962. Participou da Comissão de Reorganização do Currículo da Faculdade de Arquitetura de 1961 a 1963. Publicou artigos sobre arquitetura no Jornal do Commercio, entre 1957 e 1958, e no Jornal Pequeno, em 1963, além de proferir palestras na Faculdade de Filosofia do Recife, na Galeria de Arte da Casa de Holanda e nas instituições em que foi professor. Seu projeto para o Edifício Barão do Rio Branco, 1966/1969, foi premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de Pernambuco - IAB/PE.

A sua morte prematura, em 1972, aos 55 anos, ceifou uma obra que estava em pleno vigor. As suas últimas obras mostram um profissional irrequieto em busca de novos caminhos para a arquitetura.

 

Data da última modificação: 28/11/2018, 15:20