Curiosidades Curiosidades

Voltar

Gilberto Amado - Poeta, Ensaísta, Memorialista, Romancista, Diplomata e Jurista

Fotografia de Gilberto Amado – fonte: Academia Brasileira Letras

Há 134 anos nascia Gilberto Amado, que foi poeta, romancista, ensaísta, memorialista, diplomata, Jurista, professor, jornalista, político brasileiro.

Gilberto Amado, nascido em Estância - Sergipe a 07 de maio de 1887, era filho primogênito dos 14 filhos do casal Melchisedech Amado e Ana Amado. 

Gilberto Amado cursou o ensino primário em Itaporanga, interior de Sergipe. Em seguida, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, onde obteve, em 1905, o diploma de farmacêutico. No mesmo ano Ingressou no Curso Jurídico na Faculdade de Direito do Recife e  bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife em 1909.

Estudante de Direito do Recife, o nome de Gilberto Amado já brilhava na primeira década do século, em artigos publicados no "Diário de Pernambuco" sobre temas políticos e sociais.

Logo depois de formado, conquistou por concurso a cátedra de Direito Penal. Onde foi nomeado Professor Extraordinário efetivo da quarta Secção da Faculdade de Direito do Recife, de acordo com o artigo oitavo do regulamento aprovado pelo Decreto número 8662 de 05 do corrente. Em 26 de abril de 1911, tendo tomado posse e entrado em exercício a 8 de maio do mesmo ano.

Vindo para o Rio em 1911, onde se projetou no Cenário literário como critico de "O Pais", cuja direção o convidou para substituir Carmem Dolores, quando faleceu essa popula colunista (no dia 21 de agosto de 1911, sua primeira cronica naquele jornal). No entanto, foi no "Jornal do Commercio" que veio a lume seu primeiro estudo literário, focalizando a poesia de Luiz Delfino.

Em 1912, realizou sua primeira viagem à Europa assunto de um de seus livros de memórias e em 1913, pronunciou, no salão nobre do Jornal do Commercio, a convite da Sociedade dos Homens de Letras, uma conferência em que fez o elogio do espírito contemplativo A chave de Salomão, que no ano seguinte, somado a outros escritos, seria publicada em livro. 

Em 1914, aos 27 anos, a estreia literária com o livro ensaios "A chave de Salomão", época em que se candidatou a Academia Brasileira de Letras sem sucesso, com o assassinato do poeta Aníbal Teófilo pelo então jovem jornalista e deputado em 1915 no salão nobre do Jornal do Commercio, o futuro senador e embaixador esperou quase 50 anos para tentar novamente.  

Sua atividade política começou em 1915, quando elegeu-se pela primeira vez deputado federal por Sergipe, a sua atuação na Câmara se fez sentir, sobretudo, através de discursos que se tornaram famosos, como o que pronunciou na sessão de 11 de dezembro de 1916 sobre "As instituições políticas e o meio social no Brasil". Permanecendo na Câmara dos Deputados até 1917. Novamente eleito deputado federal em 1921, foi reeleito em 1924, cumprindo mandato até o final de 1926. 

Já em 1917, publicou o livro de poesias "A suave ascensão" e novo volume de ensaios "Grão de Areia".

Nesse período, participou de conferências internacionais em 1925, 1926, 1927, 1928 e 1930.

A 16 de Setembro de 1925, em conformidade do Decreto Nº 16782 A, de 13 de janeiro de 1925, ao artigo 42 do decreto Nº 11530 de 18 de março de 1915,  foi nomeado Professor substituto de Direito Criminal da Faculdade de Direito do Recife, Dr. Gilberto Amado, para o lugar de Professor Catedrático da cadeira de Direito Penal Militar, tendo tomado posse a 28 do mesmo mês e ano.

 

Em 1925 foi eleito para o Senado, ainda por seu Estado, onde participou da comissão de finanças.
 Sua atuação na Câmara se fez sentir, sobretudo, através de discursos que se tornaram famosos, como o que pronunciou na sessão de 11 de dezembro de 1916 sobre "As instituições políticas e o meio social no Brasil".  

Afastado da política em 1930, Gilberto Amado ingresso na diplomacia em 1934, onde ocupou importantes cargos no exterior, participando de numerosas conferências de direito internacional.
Em 1934, foi nomeado consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores, sucedendo a Clóvis Beviláqua, que se aposentara. 

Serviu como embaixador Embaixador Santiago (1936-37) e em Helsinque (1938-39), Roma (1939-42) e Berna (1942-43). Em 1848, com nome firmado na cultura jurídica internacional, desde ha 23 anos integrava a comissão de direito internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), sempre reeleito desde então, e, da última vez por unanimidade de votos. E dessa sua atividade de jurista e diplomata existem numerosos trabalhos pareceres, relatório e estudos publicados em órgão especializados e pleo ministério das Relações Exteriores.

No pós-guerra desempenhou relevantes missões, representando o Brasil na Sexta Comissão da Assembleia Geral e como membro eleito da Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas (1948-1969). Nas duas Comissões sua influência e prestígio foram muito grandes. Chefiou a Delegação brasileira à II Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar em 1960. 

Foi o quinto ocupante da Cadeira 26, eleito em 3 de outubro de 1963, na sucessão de Ribeiro Couto e recebido pelo Acadêmico Alceu Amoroso Lima em 29 de agosto de 1964. Da Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu o título de Professor honoris causa em 1968. A Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas, prestou-lhe homenagem póstuma ao dar o nome de
Gilberto Amado ao ciclo de palestras anuais sobre direito internacional promovido pela Comissão.

Aos 82 anos, o Embaixador Gilberto Amado, no dia 27 de agosto de 1969, por volta das 15:45 h, começou a passar mal e seu estado agravou-se rapidamente, até que as 17:30 h um enfarte o fulminou em sua residência da Rua General Glicério, nº 400, apartamento 1001 - Laranjeiras – RJ. O corpo foi velado  no Saguão da Academia Brasileira de Letras, da qual era membro desde 1964. E foi sepultado no outro dia as 16 h ao Mausoléu dos Imortais, no cemitério de São João Batista.

Obras: A chave de Salomão e outros escritos, ensaios (1914); A suave ascensão, poesia (1917); Grão de areia, ensaio (1919); Aparências e realidades, ensaio (1922); Eleição e representação, conferências (1932); Dança sobre o abismo, ensaio (1932); Espírito do nosso tempo, ensaio (1933); Dias e horas de vibração, crônicas (1933); Inocentes e culpados, romance (1941); Os interesses da companhia, romance (1942); Poesias (1954); Assis Chateaubriand, ensaio (1953).

MEMÓRIAS: História da Minha Infância (1954); Minha formação no Recife (1955); Mocidade no Rio e primeira viagem à Europa (1956); Presença na política (1958); Depois da política (1960). 

Fontes Consultadas:

>> Academia Brasileira de Letras - Gilberto Amado

>> Biblioteca Nacional digital Brasil  - Correio da Manhã (RJ)  - 28 de agosto de 1969

>> Biblioteca Nacional digital Brasil  - Diario de Pernambuco (PE) - 28 de agosto de 1969 

 >> Dossiê do aluno Gilberto Amado – Acervo do Arquivo da FDR 

>> Instituto Rio Branco - Ministério das Relações Exteriores - Homenagem - Gilberto Amado

>> Lista geral dos estudantes matriculados na Faculdade de Direito do Recife nos anos de 1900 a 1911

>> Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde a sua fundação em Olinda, no ano de 1828, até o ano de 1931  

>> Livro de Registo de Título 1911 - 1943 - páginas 138 e 146 – Acervo do Arquivo da FDR  

Data da última modificação: 11/05/2021, 07:43