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Geociências da UFPE promove defesa de tese hoje (27)

O trabalho foi orientado pelo professor Mário Ferreira de Lima Filho

O Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFPE promove hoje (27), às 9h, a defesa da tese “Interpretações bioestratigráficas e paleoclimáticas, com base em nanofósseis calcários, do Paleogeno, sites 354 (dsdp) e 929e (odp) - Elevação Ceará-Atlântico Equatorial”, de autoria de Flávia Azevedo Pedrosa Lemos. O trabalho foi orientado pelo professor Mário Ferreira de Lima Filho e coorientado pela professora Maria Dolores Wanderley (UFRJ) e pelo professor Cléber Fernandes Alves (UFRJ). A defesa ocorrerá na Sala de Reunião do Programa de Pós-Graduação em Geociências (sala 326), localizada no 3º andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG).

A banca examinadora é formada pelos professores Mário Ferreira de Lima Filho (orientador), Alcina Magnólia da Silva Franca (PPGEOC/CTG/UFPE), Sonia Maria Oliveira Agostinho da Silva (PPGEOC/CTG/UFPE), Rogério Loureiro Antunes (Petrobras) e Felipe Antonio de Lima Toledo (USP).

Resumo

A Elevação Ceará está localizada no Oceano Atlântico Equatorial, sob uma coluna de água de aproximadamente três mil metros, e está limitada a norte, leste e sul pela Planície Abissal Ceará, e na porção oeste/sudoeste pela Bacia da Foz do Amazonas. A Elevação Ceará é caracterizada morfologicamente como um alto topográfico submarino e está inserida na região de crosta oceânica. Teve sua gênese no Campaniano, durante o processo de cisalhamento das Placas Sul-Americana e Africana e foi submetida aos efeitos provocados por grandes mudanças climáticas no Paleogeno, como o Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno (MTPE) e os primeiros indícios de gelo. Esta tese objetiva reconhecer e integrar o estudo bioestratigráfico dos nanofósseis calcários do Paleogeno e suas interpretações paleoclimáticas. As amostras de testemunho analisadas foram cedidas pelo Deep Sea Drilling Project (DSDP) e pelo Occean Drilling Project (ODP); o método utilizado para a identificação de biozonas foi baseado na primeira e última ocorrência estratigráfica dos táxons (respectivamente). Foram confeccionadas 55 lâminas e identificadas 174 espécies, pertencentes a 45 gêneros, agrupados em 17 famílias. Observações quanto a preservação, riqueza específica e abundância relativa foram realizados e as principais espécies fotografadas e mensuradas, a fim de ilustrar o estudo e construir um biozoneamento no intervalo em questão. A partir da distribuição estratigráfica das espécies, a seção investigada foi refinada bioestratigraficamente e intervalos cronoestratigráficos foram identificados. Foram descritas seis biozonas, referentes ao intervalo Eoceno/Oligoceno, no Site 354 e 11 biozonas relativas ao intervalo Paleoceno/Eoceno/Oligoceno, no Site 929E. Foram geradas duas curvas isotópicas com base em d18O e d13C, que detectaram variações de temperatura e o principal evento paleoclimático para o intervalo estudado. A correlação entre os dados qualitativos, quantitativos e isotópicos (d18O e d13C) demonstra uma influência direta das variações do clima e das preferências tróficas na nanoflora durante o Paleogeno. A partir destas informações, conclui-se que, no que se refere ao Atlântico Equatorial, o Paleoceno/Eoceno (biozonas NP9/NP10) pode ser caracterizado por temperaturas elevadas e baixo influxo de nutrientes, seguido do Eoceno inferior, onde é reconhecido o Máximo Termal (NP10), diagnosticado pelas mais altas temperaturas e, posteriormente, é verificada a diminuição gradual da temperatura até o Oligoceno (biozonas NP21 a NP25), evidenciado, também, pelo registro de táxons mais específicos de águas frias.

Data da última modificação: 27/02/2020, 12:38