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Pesquisadores da UFPE estão entre autores de artigo sobre doença de Chagas publicado na Immunobiology
Este trabalho é fruto do mestrado de Diego José Lira Torres e teve como objetivo principal encontrar biomarcadores na doença de Chagas crônica
Pesquisadores da UFPE estão entre os autores do artigo “Is a negative correlation between sTNFR1 and TNF in patients with chronic Chagas disease the key to clinical progression?”. O trabalho, que aborda biomarcadores na doença de Chagas em sua fase crônica, está publicado na edição mais recente (v. 227) da revista científica Immunobiology, divulgada em 17 de dezembro de 2021.
O artigo é assinado por Diego José Lira Torres (Fiocruz-PE e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UFPE); Tiago Ribeiro de Arruda (Fiocruz-PE e mestre em Medicina Tropical pela UFPE); Michelle da Silva Barros (Fiocruz-PE); Juliana Prado Gonçales (doutora em Medicina Tropical pela UFPE); Ana Karine Araújo Soares (Fundação Altino Ventura); Kamila Kássia dos Santos Oliveira (Fiocruz-PE); Leyllane Rafael Moreira (Fiocruz-PE e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UFPE); Carolina Medeiros (Procape); Maria da Gloria Aureliano Melo Cavalcanti (Procape); Sílvia Marinho Martins (Procape); Cristina Carrazzone (Procape); Wilson Oliveira (Procape); Joseli Lannes-Vieira (Fiocruz-RJ); e Virginia Maria Barros de Lorena (Fiocruz-PE).
Este trabalho é fruto do mestrado de Diego Torres e teve como objetivo principal encontrar biomarcadores na doença de Chagas crônica. Foram avaliados os receptores de TNF, que é uma citocina pró-inflamatória envolvida em muitos processos imunológicos, sobretudo na doença de Chagas. Segundo Torres, ainda que seu papel tenha controvérsias, alguns autores trazem seu papel crucial no início da infecção, porém com efeitos negativos com a cronicidade da doença. E os receptores dessa citocina, os TNFR, têm a capacidade de inibir a atividade pró-inflamatória dessa citocina.
Dessa forma, os autores buscaram avaliar os níveis desses receptores no sangue de 132 portadores crônicos da doença de Chagas por meio da técnica de Citometria de fluxo (nas dependências da Fiocruz-PE). Uma vez que esta doença possui duas fases clínicas, a aguda e a crônica, o foco foi na fase crônica, pois nessa forma ainda não está claro porque alguns portadores da doença evoluem para formas mais graves (como a forma cardíaca) ou permanecem sem sintomas durante muitos anos (como a forma indeterminada). Assim, o grupo de pesquisadores coletou sangue dos pacientes com a forma indeterminada (têm doença de Chagas, mas não têm sintomas) e pacientes cardíacos em dois estágios, o cardíaco leve e grave. A partir daí, foram comparados os níveis desses receptores entre quem tinha a doença e quem não tinha e viu-se que estes receptores estão aumentados no sangue de quem tem Chagas, independente da forma clínica.
Torres, que é biomédico, explicou que ainda pôde ser verificado que o aumento do receptor de TNF 1 (sTNFR1) se correlaciona negativamente com o TNF na forma indeterminada, ou seja, quanto maiores os níveis de sTNFR1, menores são os níveis de TNF na forma indeterminada, como se este receptor estivesse regulando a atividade do TNF e prevenindo ou atenuando a gravidade ou evolução para formas mais graves, como a cardíaca. Nesse estudo, ainda foi verificado que, de fato, o TNF não se relaciona com a gravidade da doença, como muitos autores dizem. Na verdade, para surpresa dos autores, foram encontrados baixos níveis, e os pesquisadores atribuem isso também aos receptores.
“[Atualmente] no doutorado, continuo estudando esses receptores, só que agora de maneira mais detalhada, nas principais células participantes da resposta imune na doença de Chagas crônica, como Monócitos, Células T regulatórias, citotóxicas e auxiliares. Ainda estamos estudando um tratamento usando imunobiológicos anti-TNF”, concluiu Torres.
Mais informações
Diego José Lira Torres
diego.ltorres@ufpe.br