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Estudo utilizando RPAS e GNSS aponta processo erosivo atuando nas praias arenosas da Ilha de Itamaracá

O artigo “Morphodynamic study of sandy beaches in a tropical tidal inlet using RPAS” registra as respostas morfológicas das praias arenosas aos processos costeiros atuantes na margem insular do Canal da Santa Cruz (SCC), entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018

Por Larissa Valentim

A desembocadura de rios, as entradas de maré e os deltas de maré vazante desempenham um papel importante na dinâmica dos sistemas costeiros, influenciando o transporte e os padrões de distribuição dos sedimentos. Esses espaços realocam os estoques sedimentares e modelam feições arenosas, como praias, barras e bancos. Analisando as praias arenosas localizadas no pontal sul da Ilha de Itamaracá, pesquisa desenvolvida pelo doutorando Rodolfo Araújo, do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia (PPGO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e publicada no periódico Marine Geology, apontou um processo erosivo dominante atuando nessas margens da ilha. 

O artigo “Morphodynamic study of sandy beaches in a tropical tidal inlet using RPAS”, que tem como coautores, além de Rodolfo Araújo, a orientadora do projeto Tereza de Araújo (PPGO-UFPE), os professores Pedro Pereira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rodrigo Gonçalves e Anderson Lino, ambos da UFPE, registra as respostas morfológicas das  praias arenosas aos processos costeiros atuantes na margem insular do Canal da Santa Cruz (SCC), entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018 e conclui: “Considerando a localização geográfica de cada setor, a sazonalidade dos padrões energéticos das ondas e ventos, além do fluxo e da direção das correntes de maré, o aporte sedimentar foi observado entre a segunda metade do verão e a primeira metade do inverno; já a saída de sedimentos se deu entre a segunda metade do inverno e a primeira metade do verão”.
 
Seguindo as características do litoral e a localização em relação ao SCC, a área de estudo foi subdividida em três setores - praias internas (Oeste-Leste), com 800 m de comprimento; praias intermediárias (Sudoeste-Nordeste), com 700 m de comprimento; e praias externas (Sul-Norte), com 730 m de comprimento. Para estudar essas áreas, os pesquisadores utilizaram o Sistema de Aeronave Pilotada Remotamente (RPAS) combinado ao Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) e processamento fotogramétrico baseado em Estrutura de Movimento (SfM) para análise morfodinâmica das praias.

De acordo com os pesquisadores, "os dados altimétricos e volumétricos obtidos a partir dos perfis perpendiculares à praia ajudaram a compreender como se comportou o estoque sedimentar de cada setor ao longo do período estudado e foi possível observar que cada setor apresentou áreas, ou trechos, em erosão e acúmulo de sedimentos (acreção) em momentos distintos”. O estudo ainda observou valores mais elevados na amplitude média da maré e na potência das ondas no período chuvoso, além de apontar para uma tendência sazonal de aumento energético nos padrões de onda e ventos na mesma época. “Nesse contexto, os meses de abril a setembro de 2018 representaram o período de maior perda sedimentar para a área estudada”, dizem os autores. 

PARCERIA | A pesquisa contou com o apoio do Laboratório de Oceanografia Geológica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Governo de Pernambuco (Semas-PE), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além da colaboração de instituições do setor privado. 

Mais informações

Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFPE (PPGO)
(81) 2126.8227

Rodolfo Araújo
rodolfo.araujo@ufpe.br | rjaraujo@gmail.com

Data da última modificação: 01/10/2021, 15:59