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Reunião na Câmara Municipal do Recife discute impacto do desmonte das universidades públicas

Encontro contou com a participação dos reitores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

A Câmara Municipal do Recife promoveu ontem (20) à tarde a reunião pública “O desmonte das universidades públicas e o impacto no Recife”, promovida pela vereadora Dani Portela para discutir sobre os cortes no orçamento do Ministério da Educação para o ano de 2021. O encontro, que contou com a presença dos reitores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), foi realizado por videoconferência e pode ser visto no YouTube. 

Foto: Anderson Lima

Alfredo mencionou a importância da universidade na sociedade ao longo dos séculos

Após contextualizar o cenário dos cortes em todo o país, Dani Portela falou sobre o impacto no funcionamento de instituições públicas de ensino superior. “As universidades vêm sendo cada vez mais sucateadas e atacadas e os estudantes vêm perdendo suas bolsas de manutenção acadêmica”, destacou, lembrando que os cortes atingem diretamente os estudantes mais pobres e que muitos são os primeiros de suas famílias a chegarem ao ensino superior. “A universidade muda a cidade, o estado e o país”, disse.

O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, mencionou a importância central da universidade na sociedade ao longo dos séculos e o impacto dos cortes no funcionamento e manutenção das 69 instituições em todo o país, falando sobre a situação da UFPE. Ele citou os projetos de pesquisa para enfrentamento da Covid-19 e em outras áreas e a importância da ciência para combater todas as formas de negacionismo e obscurantismo. “A universidade tem por base trabalhar com conhecimento testado e experimentado”, frisou.

“Nenhuma universidade vai conseguir se manter caso não haja uma recomposição orçamentária”, disse o reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, destacando que mais de 90% da produção científica brasileira acontece nas universidades públicas. Para ele, é necessário mostrar para a sociedade o impacto que uma universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva causa. “A educação é o único caminho para o desenvolvimento de uma nação e isso não é uma opinião, mas é comprovado historicamente”, afirmou.

Para a presidenta da Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), Nicole Pontes, há uma tentativa de destruir o serviço público no país, acabando com um conjunto de possibilidades para a população. “A universidade não parou durante a pandemia”, lembrou. A pró-reitora de Ensino e Graduação da UFRPE, Socorro Lima falou sobre o papel da universidade na educação básica por meio das licenciaturas e lembrou que 70% dos estudantes da Rural, do litoral ao sertão, são oriundos da escola pública.

Diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE) pelo Movimento por uma Universidade Popular (MUP), a estudante Victória Pinheiro lembrou que muitos estudantes dependem da assistência estudantil, pois a insegurança alimentar só cresce. “A gente precisa realmente construir um enfrentamento a essa política. As nossas universidades não podem se conformar com os cortes”, afirmou. Em seguida, a UNE realizou um ato na Faculdade de Direito do Recife (FDR), que contou com a presença do reitor da UFPE.

DEPOIMENTOS – Outros vereadores também participaram da reunião. “Não quero que as universidades apenas sobrevivam, mas que vivam, cresçam e floresçam”, defendeu Ivan Moraes Filho. Cida Pedrosa falou sobre a importância de fazer as pessoas compreenderem que a universidade é de todos e que muito do que acontece de positivo na cidade é resultado dela. Também professora da UFPE, Liana Cirne Lins falou sobre o projeto de desmonte das universidades federais na conjuntura atual.

Data da última modificação: 21/05/2021, 17:32