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Geociências promove defesa de tese de doutorado sobre paleogeografia do cretáceo no Nordeste do Brasil

Defesa acontece amanhã (31), às 10h, via Google Meet

O Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFPE promove defesa de tese de doutorado do aluno Thales Lúcio Santos da Silva amanhã (31), às 10h, via Google Meet. É recomendado que se entre na sala virtual com microfone e câmera desligados.

Intitulado “Paleogeografia do Cretáceo no Nordeste do Brasil: abordagem geoquímica e geocronológica estratégica das Bacias do Araripe, São Luís e Grajaú”, o trabalho foi orientado pelo professor João Adauto de Souza Neto e coorientado pelo professor Mário Ferreira de Lima Filho (UFPE). A banca examinadora é formada pelos professores João Adauto de Souza Neto, Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE), Claus Fallgatter (PPGEOC/CTG/UFPE), Juliana Charão Marques (UFRGS) e René Rodrigues (UERJ).

Resumo

As formações Codó (Bacia de São Luís-Grajaú) e Ipubi (Bacia do Araripe), que constituem sequências de folhelhos negros e evaporitos, vêm sendo correlacionadas devido a sua sequência litológica e conteúdo fossilífero. Entretanto, estudos geoquímicos relacionando ambas as formações não tinham sido realizadas, até o momento, de forma a elucidar questionamentos sobre o ambiente deposicional, idade de deposição e consequente contexto paleogeográfico. Com o uso de parâmetros geoquímicos (orgânicos, inorgânicos e isotópicos), apresentam-se aqui condições paleoambientais, geocronológicas e paleogeográficas dos folhelhos negros de ambas as formações. Essas rochas se depositaram em condições óxicas-subóxicas (V/Cr < 2; COT/NT > 5; d15Ntotal = 3,7-6,9‰), em um paleoclima quente-úmido (Rb/Sr < 1; Sr/Cu < 5; Fe/Mn elevados; valores de d13Corg negativos) e com variações de paleossalinidade (Sr/Ba < 0,2) devido ao corpo d’água ser estratificado. Além disso, os folhelhos negros possuem matéria orgânica de fonte marinha com influência terrígena (razão COT/NT baixa) na Bacia de São Luís-Grajaú, enquanto possuem fonte terrestre com influência lacustre e fonte marinha com influência lacustre (razão COT/NT elevada) na região NE e NW da Bacia do Araripe, respectivamente. A partir da geocronologia Re-Os, os folhelhos negros da Formação Codó se depositaram em 119,52 ± 2,51Ma (Barremiano Superior-Aptiano Inferior), anteriormente ao Evento Oceânico Anóxico 1a. Associado a isso, sugere-se que a Formação Codó seja diacrônica à Formação Ipubi, uma vez que esta se depositou em 122,61 ± 3,5Ma (geogronologia Re-Os). Devido aos estudos geoquímicos aqui realizados, infere-se que, durante o intervalo Aptiano Inferior-Barremiano Superior: (i) a entrada do Mar de Tethys nos folhelhos negros da Formação Codó teria ocorrido pela Bacia de São Luís, mas se restringindo à região dessa bacia – uma vez que ela é limitada pelo Arco Ferrer-Urbano Santos; e (ii) a entrada do Mar de Tethys que afetou os folhelhos negros da Formação Ipubi teria ocorrido pela Bacia do Potiguar; entretanto, essa ingressão teria se limitado à região SW da Bacia do Araripe – uma vez que a região N-NE dessa bacia estava topograficamente mais elevada, por efeito de horsts gerados pela reativação de zonas de cisalhamento, enquanto a região SW encontra-se em uma plataforma topograficamente mais rebaixada.

Data da última modificação: 30/08/2022, 14:49