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Estudo dá mais segurança para atracagem de embarcações em portos que oferecem maiores riscos

A nova metodologia é validada e ilustrada passo a passo através de uma aplicação no Porto de Suape, em Pernambuco

Pesquisadores do curso de Engenharia Naval e do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFPE, em parceria com a Associação de Praticagem de Pernambuco, desenvolveram metodologia para avaliação de riscos de acidentes marítimos em portos onde o serviço de praticagem é obrigatório. O estudo, descrito no artigo “Methodology for Maritime Risk Assessment in Ports due to Meteo-oceanographic Factors: The Case of the port of Suape, Brazil”, publicado no Journal of Risk Analysis (Qualis A1 em Engenharias III), propõe um procedimento capaz de gerar informações importantes para prever perigos dessa natureza, que podem decorrer de fatores como ventos, marés, correntes, bancos de areia, naufrágios e visibilidade restrita, entre outros.

A nova metodologia é validada e ilustrada passo a passo através de uma aplicação no Porto de Suape, em Pernambuco, um dos portos mais importantes do Brasil, onde a atracação de petroleiros maiores (por exemplo, Suezmax) não era permitida até recentemente, até que foi feita a dragagem para atender às especificações de tais navios, expandindo assim as operações do porto. Dados meteo-oceanográficos (MO) sobre Suape foram coletados e registrados de setembro de 2016 a novembro de 2017 e usados para a aplicação da metodologia. Com base em opinião de especialista e discussão com o prático Alexander Kreuger, do Porto de Suape, 36 cenários acidentais foram identificados e categorizados usando análise preliminar de risco.

Destes, os sete cenários mais severos foram selecionados para uma avaliação mais detalhada da frequência de ocorrência e consequências de acidentes na saúde humana, meio ambiente e propriedade, para os quais as estatísticas de vento, corrente e ondas foram utilizadas para determinar a probabilidade de um acidente e/ou dispersão de um derramamento de óleo. Os resultados mostraram que a metodologia é viável para avaliar preventivamente os riscos causados por mau tempo e comunicá-los aos práticos e autoridades competentes, melhorando assim, a segurança das operações.

A pesquisa é resultado do projeto de pesquisa do professor Heitor Duarte intitulado “Análise de riscos marítimos com prático a bordo”. De natureza interdisciplinar, o trabalho envolveu conceitos de Engenharia Naval, Marítima e de Produção, Ciências Náuticas e Oceanografia. O propósito do estudo, segundo Heitor Duarte, foi explorar os efeitos de eventos meteo-oceanográficos (MO) – especialmente ventos, correntes e ondas – na capacidade de manobra dos navios. “Nesse contexto, a segurança tem um grande potencial, uma vez que a maioria dos acidentes marítimos ocorre em águas confinadas, onde a velocidade dos navios é baixa e as forças do vento e da corrente nos navios têm particular importância”, explica ele.

O autor principal do artigo, Lucas Azevêdo, aluno egresso do curso de Engenharia Naval da UFPE, contou com a colaboração do doutorando Daniel Galvão e da professora Dóris Veleda, do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFPE, do prático dos Portos de Recife e Suape, Alexander Kreuger, e com a orientação dos professores Heitor Duarte e Paula Michima, do curso de Engenharia Naval do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE. “A publicação fortalece ainda mais a parceria entre a UFPE e a Pernambuco Pilots e, inclusive, já estão previstas novas aplicações da metodologia, desta vez no Porto do Recife”, adianta Duarte.

Mais informações
Professor Heitor Duarte

heitor.duarte@ufpe.br

Data da última modificação: 01/02/2021, 17:17