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Estudo avalia impactos do auxílio emergencial sobre a massa de rendimentos do trabalho nos estados brasileiros

A autoria é do professor Ecio Costa (UFPE) e do economista Marcelo Freire, do Governo do Estado

O Programa de Auxílio Emergencial (PAE), do Governo Federal, apresentou resultados positivos na massa de rendimentos do trabalho no Brasil até o terceiro trimestre deste ano. Na comparação dos valores agregados para o país, as evidências sugerem uma compensação do programa, no acumulado até o terceiro trimestre (R$ 206,5 bilhões), superior à perda da massa de rendimentos no acumulado de 2020, que foi de R$ 134,7 bilhões, ante 2019. É o que afirma estudo realizado pelo professor Ecio Costa, do Departamento de Economia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da UFPE, e pelo economista Marcelo Freire, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

A pesquisa, finalizada ontem (22), analisou os impactos do PAE, benefício concedido durante a pandemia do novo coronavírus, sobre a massa de rendimentos do trabalho (renda dos trabalhadores) em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, até o terceiro trimestre deste ano. Conforme o estudo, o Estado do Amazonas ganhou renda entre o acumulado de 2020/2019 e teve a menor perda de rendimentos no terceiro trimestre de 2020 (2,1%). Na outra ponta, está o Distrito Federal com perda de renda entre o acumulado de 2020/2019 e a maior perda do terceiro trimestre de 2020 (249%).

Entre os fatores para a variação entre os estados estão a proporção entre o auxílio e o Produto Interno Bruto (PIB) e a quantidade de pessoas inscritas em programas sociais, como o Bolsa Família. “Essa população [assistida por programas sociais] terminou não tendo uma perda tão grande com o isolamento social na sua renda e teve o auxílio emergencial mais forte em relação ao seu PIB. Por outro lado, os que mais perderam são de estados onde você tem uma informalidade mais elevada e não têm tantos cadastros assim do auxílio emergencial. E houve também, provavelmente, um isolamento social mais elevado, que fez com que a massa de rendimentos caísse bastante e não fosse compensada tanto assim pelo auxílio emergencial”, afirmou o professor Ecio Costa.

Para obter os resultados, os pesquisadores fizeram uma análise de correlação. Foi feito um levantamento e tratamento dos dados divulgados pelo Ministério da Cidadania sobre o auxílio emergencial. Essas informações foram comparadas com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a massa de rendimentos.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os autores têm desenvolvido estudos sobre o Programa de Auxílio Emergencial. Um deles, focado nos impactos do PAE nos municípios brasileiros, foi apresentado no Encontro Nacional de Economia da Anpec, realizado este mês, e pode ser acessado aqui. 

Para o docente, estudos nesta área são de grande importância porque o PAE “traz impactos na economia, traz impactos sociais e acende, cada vez mais, a discussão sobre se o país deve ter um programa de renda mínima, qual o valor, qual a abrangência”.

Mais informações
Professor Ecio Costa

ecio@yahoo.com

Data da última modificação: 23/12/2020, 16:39