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Universidade promove diálogo com estudantes sobre orçamento, bolsas e assistência estudantil

Encontro realizado de forma remota, na última sexta (16), tratou ainda do calendário acadêmico e da vacinação dos estudantes contra a Covid-19

Questões como assistência estudantil, programa de estágio institucional, vacinação dos estudantes que atuam na área da saúde e orçamento destinado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para o ano de 2021. Estes foram alguns dos pontos discutidos em encontro remoto realizado na última sexta-feira (16), pela gestão da UFPE, com representantes dos Diretórios Acadêmicos (DAs) dos cursos de graduação da Universidade.

Pró-Reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFPE, Daniel Lago apresentou os dados de orçamento e custos da Universidade dos últimos anos, ressaltando o corte de R$ 30 milhões (mais de 18%), no orçamento previsto para 2021. “Estamos mantendo o compromisso de pagar todas as bolsas, incluindo a assistência estudantil, mas o cenário é incerto. O orçamento do País para 2022 vai começar a ser discutido no Congresso Nacional quando o de 2021 ainda não foi aprovado. Tem ações que a gente não pode fazer porque dependem desse orçamento”, disse o pró-reitor.

Em sua fala, Brunna Carvalho, pró-reitora de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida, esclareceu as dúvidas envolvendo a estruturação do programa de estágio institucional. A professora explicou que a Universidade está trabalhando na migração das bolsas de desenvolvimento profissional para um programa institucional de estágio, no qual os estudantes terão direito a seguro, contrato supervisionado e outras garantias  previstas nesta modalidade de educação para o trabalho. 

“Nós fizemos o recadastramento e identificamos irregularidades, como, por exemplo, alunos que concluíram seus cursos e não possuem mais vínculo”, explicou Brunna Carvalho. A pró-reitora disse também que o programa de estágio deverá priorizar estudantes da UFPE.

AULAS PRÁTICAS Outro ponto levantado na reunião on-line envolveu a questão das aulas práticas presenciais, cujas atividades haviam sido pausadas devido às medidas restritivas adotadas pela Universidade. De acordo com a pró-reitora de Graduação Magna do Carmo Silva, o calendário acadêmico continua em curso, considerando as alterações que já estavam sinalizadas na resolução institucional sobre o semestre 2020.1. 

“Os alunos que estão com disciplinas presenciais suspensas poderão se matricular normalmente. A disciplina de 2020.2 ficará suspensa enquanto a atual, que for seu pré-requisito, não for finalizada. Isso será realizado a cada novo semestre, até acabarem os efeitos da pandemia. Vocês terão um semestre contínuo, sem interrupção”, afirmou a pró-reitora.

PROAES – Por sua vez, o pró-reitor para Assuntos Estudantis, Fernando Nascimento, falou sobre o Edital de Inclusão Digital, que continua aberto para os estudantes interessados em receber tablets e chips de dados móveis para acompanhar as aulas remotas. Até o momento, já foram entregues mais de 1.500 chips e 500 tablets aos alunos da UFPE, além do auxílio financeiro para aquisição de equipamentos. 

O pró-reitor trouxe ainda informações sobre o Auxílio Covid-19, criado no início da pandemia para apoio aos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica neste momento; sobre o primeiro Fórum de Assistência Estudantil da UFPE, que será realizado no segundo semestre deste ano; sobre o reforço no atendimento psicológico oferecido aos alunos que residem nas casas estudantis e o acolhimento geral oferecido pelo Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante (Nase),  Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor (Nass), Colégio de Aplicação (CAp) e Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UFPE.

Outro assunto abordado pela Proaes foi a doação de cestas básicas a famílias de estudantes não beneficiados pelo Auxílio Emergencial do Governo Federal. “É preciso que a gente se organize e una todas as forças políticas para reivindicar que esse cenário seja revertido”, falou o pró-reitor a respeito da questão dos cortes no orçamento e de como eles poderão impactar no atendimento aos alunos.

Vice-reitor da UFPE e coordenador do Grupo de Trabalho para o Enfrentamento da Covid-19 (GT Covid-19) da Universidade, Moacyr Araújo abordou a questão da vacinação dos estudantes da UFPE, bem como a necessidade de se analisar, com cautela, a possibilidade de flexibilização das medidas restritivas adotadas pela instituição. “Nada está acima da vida. No momento em que gerimos uma universidade com um universo de 50 mil pessoas, precisamos ter muito cuidado. Estamos conseguindo, gradualmente, que nossos estudantes sejam vacinados. Nós temos uma série de reivindicações que são levadas sistematicamente ao Comitê Estadual de Acompanhamento da Vacinação, no qual temos assento, e a resposta que recebemos é que não há vacina suficiente para ampliação das etapas e grupos prioritários”, disse o professor Moacyr. 

Finalizando a reunião, o reitor Alfredo Gomes fez uma fala em que sintetizou os pontos dialogados ao longo do encontro e reforçou os esforços que vêm sendo feitos pela Universidade no sentido de reverter o atual momento de crise. “Nós temos feito uma articulação muito ampla na busca de recursos para a UFPE e conversado com diversas instituições, agentes sociais, governantes e parlamentares para pedir apoio, pois, em nosso entendimento, a Universidade é um patrimônio do povo brasileiro”, disse o reitor. 

“A gente sente concretamente a Universidade quando dialogamos e aprendemos com vocês, que estão hoje dentro dela e que, no futuro, irão defendê-la como estamos fazendo hoje, como professoras e professores, técnicas e técnicos. Estamos falando de uma instituição que tem dez séculos e que sobreviverá a esse contexto difícil que estamos vivendo neste momento”, finalizou o Alfredo Gomes, se dirigindo aos alunos.

Para João Neto, um dos coordenadores do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPE, a transparência do orçamento e a análise dos cortes é necessária para a mobilização dentro da comunidade universitária, através do movimento estudantil organizado nas suas entidades e cursos, assim como para as mobilizações externas na defesa de um orçamento que supra as necessidades da universidade. 

“As universidades são assuntos de toda sociedade, pela capacidade de transformação. Vivenciamos cada vez mais o prolongamento da pandemia e o agravamento das vulnerabilidades dos discentes das camadas populares e trabalhadoras, que sem a assistência necessária por parte dos responsáveis governamentais, ficam sujeitos à escolha de sobreviver ou terminar os seus cursos, o que termina gerando a evasão desses alunos”, disse o estudante, que considera importantes essas discussões com a comunidade acadêmica.

Data da última modificação: 20/04/2021, 19:22