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Teste rápido desenvolvido na UFPE e no HC pode detectar a Covid-19 em uma hora e meia

Coordenadora da pesquisa é a professora da UFPE Rejane Pereira Neves

Uma técnica molecular mais barata, com diagnóstico rápido da Covid-19 (em cerca de uma hora e meia) e sem a necessidade de realização de contraprova está sendo pesquisada pelo Departamento de Micologia da UFPE em parceria com o Hospital das Clínicas e com a Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco (Fiocruz-PE). A técnica RT-Lamp já é utilizada em países asiáticos, como a China e o Japão, e está sendo estudada pela pesquisa “Modelo biológico in vitro aplicada no diagnóstico rápido e específico do Sars Cov-2 por RT-Lamp”. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

RT-Lamp é a sigla em inglês para Transcrição Reversa Seguida por Amplificação Isotérmica Mediada por Loop. Essa técnica molecular identifica o RNA do vírus na célula da pessoa infectada de forma mais rápida e segura quanto ao resultado. “O exame é feito pela coleta da saliva com um swab (espécie de cotonete), não requer equipamentos de última geração e tem o processo de diagnóstico quase três horas mais rápido em relação ao RT-PCR (demora cerca de quatro horas)”, explica a coordenadora da pesquisa, professora Rejane Pereira Neves, do Departamento de Micologia da UFPE.

No HC, a pesquisa está sendo desenvolvida pelo Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP), tendo à frente a infectologista Claudia Vidal. “Vamos testar as pessoas com suspeita de Covid-19 coletando o material (saliva), os seus dados sociodemográficos, os fatores de risco, entre outros, e acompanhá-las. Esse diagnóstico precoce permite a adoção mais consolidada de medidas de precaução, vigilância dos contactantes e otimização do plano terapêutico para os pacientes”, esclarece Claudia Vidal.

Mesmo tendo um processo mais simplificado que o RT-PCR, o RT-Lamp elimina os falsos negativos e é capaz de identificar o novo coronavírus até nos estágios iniciais da infecção, o que dá precisão ao exame e elimina a necessidade de contraprova, promovendo maior ganho de tempo. “Isso favorece a testagem ampla, segura e rápida da população. Ganhamos tempo contra a Covid-19 e isso é importante tanto para o tratamento adequado das pessoas quanto para o rastreamento do vírus”, salienta Rejane Neves.

O projeto é formado por uma equipe multidisciplinar, que conta ainda com pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (Maria Duarte Coelho, Cicero Pinheiro Inácio e Maria da Conceição Castro); da Pós-Graduação em Biologia de Fungos (Oliane Correia Magalhães e Franz Graciano dos Santos); da Fiocruz-PE (Luiz Carlos Alves e Fábio André Brayner); e da Pós-Graduação em Ciência da Computação (Leandro Maciel Almeida), que estuda a ampliação do projeto com o desenvolvimento de uma abordagem por Inteligência Artificial, que possibilite a comunicação e criação de um banco de dados numa plataforma acessada por smartphones, por exemplo.

Data da última modificação: 24/07/2020, 15:24