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Projeto de mobilidade elétrica em Fernando de Noronha tem parceria da UFPE

Projeto prevê a inserção de 18 veículos elétricos e a instalação de 12 eletropostos, contribuindo com o processo de descarbonização do local

O arquipélago de Fernando de Noronha ganha mais uma ação de sustentabilidade, liderada pelo Governo de Pernambuco, Grupo Neoenergia e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com parceria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O projeto Trilha Verde, lançado no dia 21 deste mês, faz parte do processo de implantação da mobilidade elétrica na ilha, por meio do estudo de novas formas sustentáveis de uso de veículos elétricos, sistemas de recarga e geração de energia limpa. O projeto prevê a inserção de 18 veículos elétricos e a instalação de 12 eletropostos, contribuindo com o processo de descarbonização do local. Também está prevista a expansão da geração de energia fotovoltaica com a construção de mais duas usinas solares.

Foto: Leonardo Castilho

Vice-reitor (à dir) participou de cerimônia no Palácio do Campo das Princesas

“Trata-se de um projeto extremamente interessante. Nós temos o privilégio de ter um ambiente muito interessante, do ponto de vista de experimentação, para todas as questões de adaptação, e isso inclui as energias renováveis. Esse ambiente é Fernando de Noronha. A UFPE participa desse projeto ativamente, elaborando e pensando em modelos de negócio que possam, de fato, viabilizar e manter a estrutura de uma energia renovável que seja sustentável a médio e longo prazos”, afirmou o vice-reitor da UFPE, professor Moacyr Araújo, que participou da cerimônia de lançamento, no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, com presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Os veículos elétricos serão incorporados às principais atividades econômicas da ilha, a exemplo do trade turístico, da administração distrital e da própria operação da Neoenergia. Os 12 novos eletropostos para recarga previstos no projeto serão instalados em locais estratégicos e disponibilizados a todos os carros elétricos do arquipélago. Serão oito pontos com potência de 22 KW e outros dois com potência de 7,4 KW. As duas últimas unidades terão suporte V2G, em que o veículo poderá fazer a recarga ou retornar a energia não utilizada. O abastecimento desses postos será feito com energia limpa, fornecida pela geração fotovoltaica das duas novas usinas solares.

A missão da equipe da UFPE é desenvolver soluções e modelos de negócio, que serão implantados a partir dos estudos conduzidos pelo grupo, baseados no uso de veículos elétricos em atividades de turismo, serviços públicos e operações locais. “A ideia central é definir quais serão os modelos de negócio sustentáveis mais apropriados para o contexto da ilha, levando em consideração as características técnicas dos veículos e dos sistemas de recarga, as necessidades dos usuários, as demandas de consumo de energia, que têm como premissa o uso de energias renováveis (fotovoltaica e eólica) e os impactos socioambientais que possam ser gerados com a mudança de matriz energética proposta para suprir as necessidades de mobilidade da ilha”, explicou o professor Leonardo Augusto Gomez Castillo, coordenador da equipe da UFPE e que também esteve presente à solenidade de lançamento do Trilha Verde.

Além de Leonardo Castillo, que é vinculado ao Departamento de Design/Centro de Artes e Comunicação (CAC), outras cinco pessoas integram o projeto pela UFPE: Cristiano Coelho de Araújo, professor do Centro de Informática (CIn); Alberto César Cavalcanti Franca, aluno egresso do CIn e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Marcos José de Menezes Cardoso, aluno egresso do CIn e professor da UFRPE; Múcio Jaziel Alves de Andrade, doutorando do CIn; e Rafael Alves Roberto, aluno egresso do CIn e pesquisador.

“O projeto é uma espécie de laboratório onde poderemos testar diversas opções de uso dos veículos elétricos que possam ter um impacto positivo em termos de uso de recursos renováveis e mudança de hábitos para o consumo sustentável”, disse Leonardo Castillo. Um dos estudos já em andamento diz respeito ao uso do carro como serviço. Nessa proposta, os usuários poderiam resolver seus problemas de mobilidade utilizando o carro de forma compartilhada sem precisar ter a posse do veículo. “Imagine você poder sair de casa, pegar um carro que estava estacionado na frente da sua casa, se deslocar até seu escritório e deixar o carro disponível para uma outra pessoa utilizá-lo da mesma forma. No final dessa jornada, você só pagaria pelo uso do carro”, exemplificou.

O trabalho da UFPE começou em fevereiro do ano passado. Neste período, já foram realizadas visitas a Fernando de Noronha para condução de entrevistas e grupos focais e para coleta de dados junto aos usuários que começaram a fazer uso dos primeiros veículos elétricos levados à ilha por conta do decreto do Estado de Pernambuco de descarbonização do arquipélago, que prevê que, até 2030, a frota de carros de Fernando de Noronha seja totalmente composta por veículos elétricos.

Até o final de 2023, os veículos elétricos e os recursos energéticos utilizados no projeto Trilha Verde serão analisados, e as informações serão submetidas a avaliações de viabilidade dos modelos de negócio. Também será confeccionado um mapa para orientar futuras ações. 

O Trilha Verde integra o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Neoenergia, regulado pela Aneel. Além do Governo de Pernambuco, também integram a parceria a Renault, WEG, UFPE, UFRPE, IATI, CPqD, eiON, Incharge e Nissan.

Data da última modificação: 01/04/2022, 17:00