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Projeto de alunos da UFPE marca presença no Marché du Film do Festival de Cannes

O Marché du Film (Mercado do Filme) é um dos maiores eventos comerciais de cinema do mundo

Desde terça-feira (17), o Núcleo de Roteiristas Periféricos de Paulista (PE), o Cruza Criativa, está presente no Marché du Film de Cannes, por meio dos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Xulia Doxágui, do curso de Cinema e Audiovisual, e Lucas Emancipado, do curso de Rádio, TV e Internet. O Mercado do Filme acontece no mês de maio, dentro do Festival de Cannes, e conta com mais de 12,5 mil profissionais e 1,4 mil exibições de 121 países. O evento é um dos mais importantes do mundo para o mercado cinematográfico, onde diversos profissionais da cadeia produtiva do audiovisual têm a oportunidade de se reunir, apresentar seus filmes e encontrar potenciais produtores, distribuidores, financiadores ou agentes de vendas.
 
Foto: Divulgação
Xulia Doxágui e Lucas Emancipado são jovens cineastas de periferias de Paulista
 
Em meio à pandemia ocasionada pela covid-19, Xulia e Lucas se encontravam para ler, discutir e escrever seus projetos de roteiro. É nesse processo que surge o Cruza Criativa, que une os estudos sobre dramaturgia cinematográfica e crítica social ao trabalho da escrita de projetos audiovisuais a partir do roteiro, encontrando na criação artística uma fonte de emancipação pessoal e profissional. Após ser selecionado para o laboratório universitário do Nordeste Lab, o núcleo se expandiu, firmando parceria com os cineastas baianos Karol Azevedo e Eduardo Tosta para uma coprodução interestadual, a realização do curta de animação “Norma”, atualmente em fase de pré-produção.
 
A parceria também lhes rendeu um convite para apresentar o projeto de curta-metragem “Babalu é carne forte” no Mercado do Filme de Cannes. Em uma fantasia suburbana, o filme conta a história de uma jovem médica que retorna para a pequena cidade onde cresceu, durante a festa de São Cosme e Damião, e precisa lidar com crianças fantásticas. “Eu pesquiso as relações entre infâncias e territórios periféricos há alguns anos. Babalu é o meu terceiro trabalho nesse universo e a minha primeira obra de ficção. Escrever sobre crianças é o caminho que encontrei de, assim como a minha protagonista, fazer as pazes com a criança periférica que fui”, conta Xulia, que em 2021 dirigiu o documentário “Crescer onde nasce o sol” para o Canal Futura.
 
O projeto, que já possui uma interessante trajetória em festivais nacionais dedicados ao nicho, foi destaque em eventos do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Este ano, recebeu uma Menção Honrosa no Fera Lab, laboratório para mulheres roteiristas de Pernambuco, que premiou os projetos selecionados com uma bolsa de R$ 5 mil para o seu desenvolvimento. 
 
Atualmente, o coletivo conta com recursos da Prefeitura do Recife para a produção, através do Fundo de Incentivo à Cultura. “A expectativa é encontrar parceiros para distribuir o filme globalmente, focando também em uma distribuição de impacto, para que pessoas periféricas como os nossos personagens possam se ver na tela”, compartilha Lucas, produtor do filme, que espera estabelecer contatos importantes também para projetos futuros.
Data da última modificação: 19/05/2022, 15:23