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Pesquisadores da UFPE citados pela Academia do Nobel recebem honraria da Universidade

Homenagem foi entregue durante encontro no Gabinete do Reitor

O reitor Alfredo Gomes e o vice-reitor Moacyr Araújo ofereceram hoje (2) uma recepção ao grupo de pesquisadores do Departamento de Física cuja produção científica foi citada no relatório do Comitê Nobel de Física da Academia Real das Ciências da Suécia deste ano. Anderson Gomes, Antônio M. S. Macêdo, Cid Bartolomeu de Araújo, Ernesto Raposo e Leonardo de Souza Menezes receberam, além da medalha dos 75 anos da UFPE, um diploma de reconhecimento à contribuição e ao compromisso com a Universidade e a educação brasileira.

Fotos: Luciana de Souza Leão

Grupo do DF foi recebido por Alfredo Gomes e Moacyr Araújo

Os quatro artigos científicos referenciados são os únicos trabalhos brasileiros constantes do relatório “Scientific Background on the Nobel Prize in Physics 2021” como contribuintes ao entendimento da pesquisa dos professores premiados com o Nobel 2021 da Física, Giorgio Parisi (Universidade de Roma “La Sapienza”, Itália), Klaus Hasselmann (Instituto Max Planck de Meteorologia, Alemanha) e Syukuro Manabe (Universidade de Princeton, Estados Unidos).


Anderson Gomes recebeu comenda das mãos dos dois gestores

Em clima descontraído, “como um bate-papo”, nas palavras do reitor, os pesquisadores da UFPE, que atuam nas áreas dos sistemas fotônicos e sistemas magnéticos, compartilharam da surpresa ao verificarem a citação aos seus feitos no portal do Nobel, sobretudo pelo curto período de tempo em que iniciaram os estudos experimentais e teóricos. “Na nossa área não é comum que em apenas cinco anos as pesquisas galguem patamares tão elevados de reconhecimento”, afirmou o professor Ernesto. E para o reitor, o fato de os estudos terem sido desenvolvidos inteiramente na UFPE, valoriza ainda mais o feito. “Esse é um mérito que não podemos desconsiderar; pesquisar fora do Brasil, com melhores condições de pessoal e de estrutura, geralmente favorece o resultado”, avaliou.

Em meio às comemorações, o grupo de pesquisa do DF manifestou desejo de colaborar com o esforço que a Universidade vem promovendo para adquirir um Cluster computacional, a fim de dar suporte às áreas de pesquisa que demandam o processamento de dados de grande magnitude. Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Inovação (Propesqi), Pedro Carelli, a ideia é conectar as áreas em um mesmo supercomputador mantido pela Universidade. “Já vimos conversando com alguns setores da Universidade para identificar as necessidades e peculiaridades e definir o modelo do equipamento, que deve ser adquirido no próximo ano”, afirmou Carelli.

ESTUDOS – Os trabalhos da UFPE citados pela Academia do Nobel referentes à parte de sistemas fotônicos são: “Observation of Lévy distribution and replica symmetry breaking in random lasers from a single set of measurements”, de A. S. L. Gomes, E. P. Raposo, A. L. Moura et al. (2016); “Coexistence of turbulence-like and glassy behaviours in a photonic system”, de I. R. R. González, E. P. Raposo, A. M. S. Macêdo et al. (2018); e “Replica Symmetry Breaking in the Photonic Ferromagneticlike Spontaneous Mode-Locking Phase of a Multimode Nd:YAG Laser”, de A. L. Moura et al. (2017). Os artigos correspondem, respectivamente, às referências 33, 34 e 74 do documento.

Já na área de sistemas magnéticos, está referenciado o artigo “Stability of the Sherrington-Kirkpatrick solution of a spin glass model”, de J. R. L. de Almeida e D. J. Thouless (1978), referência 21 do documento. Jairo de Almeida é professor aposentado do Departamento de Física da UFPE, e D. J. Thouless é ganhador do Prêmio Nobel de Física de 2016 e ex-professor da Universidade de Washington (Estados Unidos).

Os trabalhos do grupo da UFPE, com liderança experimental do professor Anderson S. L. Gomes e teórica do professor Ernesto P. Raposo, constituem algumas das primeiras demonstrações da fase vidro de spins fotônica. O documento do Comitê Nobel escreve que a referência 34 dos pesquisadores brasileiros “(...) conecta o trabalho inicial de Hasselmann ao de Parisi e ao papel da desordem e flutuações em sistemas complexos em geral” (em tradução livre).

“A colaboração intramuros, entre teóricos e experimentais no departamento, e a interdisciplinaridade – no presente caso, a sinergia entre as disciplinas fotônica e a física estatística –, a participação de estudantes de pós-graduação e pós-docs e o apoio financeiro recebido para os projetos, ao longo dos últimos cinco anos, promovem resultados impactantes internacionalmente em espaço de tempo relativamente curto”, destacou o professor Anderson Gomes, do DF da UFPE.

Salienta-se ainda que, nos últimos anos, o grupo da UFPE vem avançando no entendimento das fases complexas em lasers aleatórios, incluindo distribuições de Lévy de intensidades, eventos estatísticos extremos, fases de Floquet e comportamento fotônico tipo turbulento.

Além dos professores Gomes e Raposo, participaram dos trabalhos os professores e pesquisadores do CNPq Albert Ocas (UFRPE, Campus Cabo de Santo Agostinho), André L. Moura (UFAL, Campus Arapiraca), Antônio M. S. Macêdo (UFPE), Cid Bartolomeu de Araújo (UFPE), Iván R. R. González (UFRPE, Campus Belo Jardim), Lauro J. Q. Maia (UFG) e Leonardo de Souza Menezes (UFPE).

Mais informações
Professor Ernesto Raposo
ernesto.raposo@ufpe.br

Professor Anderson Gomes
anderson.lgomes@ufpe.br

 

 

Data da última modificação: 03/12/2021, 15:13