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Licenciatura Intercultural Indígena torna-se curso regular no Centro Acadêmico do Agreste (CAA)

Cerimônia de lançamento do curso foi realizada, na última sexta-feira (29), no Auditório Mestre Vitalino, em Caruaru

A Licenciatura Intercultural Indígena, vinculada ao Núcleo de Formação Docente do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE, em Caruaru, torna-se um curso regular, a partir deste ano, com a primeira turma regular a ser iniciada no semestre letivo 2022.1. A cerimônia de lançamento do curso foi realizada, na última sexta-feira (29), no Auditório Mestre Vitalino. As atividades desse evento, que aconteceram ao longo do dia, também encerraram, na UFPE, a programação do Abril Indígena.

Fotos: Anderson Lima

Reitor e vice-reitor destacam compromisso da Universidade com o curso

Com o tema “A Interiorização da Universidade Pública e seu Caminhar pelo Reconhecimento Indígena: quando os povos originários em Pernambuco ocupam a academia pautados na interculturalidade”, o evento de lançamento reuniu representantes de diversos povos indígenas, da gestão da Universidade, da comunidade acadêmica e da sociedade civil. Houve apresentação cultural de Riáh, artista descendente do Povo Xukuru do Ororubá, além da realização do Toré (dança ritual praticada pelos indígenas no Nordeste) e de mesas abordando temas relacionados aos povos indígenas e à educação. Todo o evento foi coordenado pela professora Maria Joselma do Nascimento Franco, do Núcleo de Formação Docente do CAA.

O reitor Alfredo Gomes destacou a importância do compromisso pleno e amplo da Universidade com a proposta do curso, inserindo-se em um contexto maior de políticas e ações inclusivas desenvolvidas na UFPE para pessoas negras, quilombolas, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência. “Esse ato, fica muito claro, ele é um ato pedagógico, ele é um ato político e é, ao mesmo tempo, um ato de resistência e resiliência”, disse.

O vice-reitor Moacyr Araújo também ressaltou a prioridade dada às ações afirmativas e inclusivas na UFPE em sintonia com a conjuntura atual. “A Universidade Federal de Pernambuco se preparou e está se preparando para receber, cada vez mais, toda a diversidade necessária da nossa sociedade brasileira porque [a universidade] é um espaço, é um local feito pela sociedade e para a sociedade”, afirmou. 

Houve realização do Toré (dança ritual praticada pelos indígenas no Nordeste)

O cacique Valdemir Amaro Lisboa, do povo Pipipã, lembrou a trajetória de luta e resistência dos povos indígenas em um cenário de exclusão e perseguição imposto desde a chegada dos colonizadores europeus. “Nós vamos caminhando e nós conseguimos adentrar nos espaços acadêmicos nas universidades. E cada Pipipã, cada Truká, cada Xukuru, cada Kambiwá, cada Pankará que termina sua graduação ou seu bacharelado não é uma vitória sua, mas é uma vitória de todos os povos de Pernambuco”, celebrou.

O diretor do CAA, Manoel Guedes, elencou as diversas contribuições dos povos indígenas para a interculturalidade, “valores que desejamos que sejam nossos daqui para frente”, salientou. Entre eles estão a igualdade universal, a lealdade, a união, o fortalecimento das relações fraternais, o amor à natureza e o respeito à ancestralidade e à cultura. 

A mesa solene de abertura do evento contou com os seguintes participantes: reitor Alfredo Gomes; vice-reitor Moacyr Araújo; pró-reitora de Graduação, Magna do Carmo Silva; diretor do CAA, Manoel Guedes; cacica Pankará Maria das Dores dos Santos Silva; cacique Valdemir Amaro Lisboa, do povo Pipipã; professor Sandro Guimarães de Salles, coordenador da Licenciatura Intercultural Indígena do CAA; professor Saulo Feitosa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea do CAA. 

Também estavam na mesa a professora Kátia Silva Cunha, diretora de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd); professora Roseane de Souza e Silva, diretora de Desenvolvimento do Ensino da Prograd; professora Alba Maria Aguiar Marinho Melo, coordenadora do Núcleo de Estudos e Assessoria Pedagógica do CAA; professor Edelweis José Tavares Barbosa, coordenador do Núcleo de Formação Docente do CAA; Bruno Henrique Silva de Oliveira (Bruno Lambreta), presidente da Câmara de Vereadores de Caruaru; Francisca Bezerra da Silva, representante da Comissão de Professoras/es Indígenas em Pernambuco (Copipe); reitor da Asces Unita, Paulo Muniz; e o secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, Yuri Ribeiro, representando o prefeito de Caruaru.

LICENCIATURA – A Licenciatura Intercultural Indígena teve início, no CAA, por meio do então Programa de Apoio às Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), em 2009. O curso, na condição de programa, propiciou a formação de duas turmas de professoras e professores indígenas.

Agora, para a primeira turma do curso regular, são ofertadas 40 vagas para candidatos e candidatas indígenas, distribuídas nas áreas de Linguagens, Ciências Naturais e Ciências Humanas. O processo seletivo está sendo realizado pela Prograd, com edital específico voltado exclusivamente para o público indígena dos povos em Pernambuco. As inscrições acontecem este mês. O curso será desenvolvido pela metodologia da alternância pedagógica, que conta com o Tempo Universidade e o Tempo Comunidade.

Mais informações
coord.intercultural@ufpe.br

Data da última modificação: 02/05/2022, 16:17