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Instituto Futuro discute o que Paulo Freire diria sobre a Revolução 4.0

Evento contou com a participação dos professores Eliete Santiago ((UFPE), Alexandre Magno Tavares da Silva (UFPB) e José Batista Neto (UFPE)

O Instituto Futuro, centro de estudos avançados da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), promoveu o 9º debate Prospecta, com o tema “O que diria Paulo Freire sobre a Revolução 4.0?” na tarde da última quinta-feira (28), na Biblioteca Central (BC). O evento contou com a participação dos professores Eliete Santiago (coordenadora da Cátedra Paulo Freire da UFPE), Alexandre Magno Tavares da Silva (Universidade Federal da Paraíba) e José Batista Neto (UFPE), com mediação de Francisco Sá Barreto (UFPE).

Foto: Passarinho

Professores relacionaram avanços científicos com produção de conhecimentos

“Em 2018, a UFPE produziu o documento UFPE Futuro, onde apresenta o papel de destaque da Universidade que pesquisa, frente ao avanço tecnológico – a denominada revolução 4.0 –, em relação à sua responsabilidade na produção de conhecimentos e, ainda mais, na formação de seres humanos de modo que sejam capazes de enfrentar esses avanços que, de tão rápidos, já anteciparam para hoje aquilo que seria o futuro”, explicou a coordenadora do Instituto Futuro, professora Maria de Jesus Britto Leite.

A professora Eliete Santiago destacou a contribuição freireana sobre universidade, tecnologia e conhecimento. Ela ressaltou que a obra de Freire coloca o ser humano e seu contexto no centro, pensando a educação como leitura do mundo para subsidiar práticas pedagógicas em qualquer área. O conhecimento crítico possibilita intervir na realidade, com pensamento inclusivo e respeito às diferenças. “Só por um processo de escuta, discussão e reflexão podemos ganhar intimidade com nossa realidade e compreendê-la”, disse ela.

Para Alexandre Magno Tavares da Silva, a pedagogia freireana pressupõe um processo de rompimento de uma cultura do silêncio e prima por uma posição crítica. Assim, ele acredita que é provável que Paulo Freire, caso estivesse vivo, fosse vigilante em relação à tecnologia, sem demonizá-la nem canonizá-la. O mediador Francisco Sá Barreto também destacou que a tecnologia pode ser usada como vilã ou, ao contrário, como recurso de ampliação da liberdade.

José Batista Neto ressaltou que o pensamento freireano se caracteriza por não se relacionar de forma ingênua no trinômio ciência, tecnologia e sociedade. Ou seja, Paulo Freire seria usuário, buscando a conectividade entre saberes, mas problematizaria esse uso. “A tecnologia é usada em favor de quem? Para quê? Que sociedade queremos ver prevalecer? Ela valoriza o humano ou o desconsidera?”, questionou. “Se ela estiver a serviço da humanização, que venha a era 4.0”, concluiu o professor.

Presente no debate, o reitor Anísio Brasileiro frisou a importância de Paulo Freire no modelo de universidade pública gratuita e de excelência. Ele destacou a influência do pensador na concepção do documento UFPE Futuro, elaborado para pensar o futuro da instituição. “A Universidade contemporânea deve estimular os jovens a enxergar a realidade concreta em que estão inseridos, a partir de sólidos fundamentos científicos e visão humanística, e pesquisar soluções para os problemas observados”, afirma o documento.

EVENTO - O Prospecta engloba a promoção de reuniões, seminários, exposições que incentivem o debate, o estudo e ações que perpassem as fronteiras dos conhecimentos; que busquem reconhecer novos horizontes nos campos da ciência, do humanismo e da cultura, bem como naqueles campos que resultam das interfaces disciplinares; que ampliem as relações da UFPE com a sociedade, a partir de atividades nos seus três âmbitos de ação: ensino, pesquisa e extensão.

Data da última modificação: 02/04/2019, 12:38