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Estudo premiado sobre violência letal contra mulheres é incorporado ao catálogo de livros eletrônicos da Editora UFPE

Tese de Ana Paula Portella foi adaptada ao formato de e-book e pode ser baixada gratuitamente

O acervo de livros eletrônicos da Editora UFPE acaba de receber mais um título: “Como morre uma mulher?”, escrito por Ana Paula Portella, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Políticas Públicas de Segurança (Neps) da Universidade Federal de Pernambuco. A obra é uma adaptação de tese homônima da autora, aprovada em 2014 pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE, e está disponível gratuitamente para download no site da editora. 

O texto foi premiado em 2016 como melhor produção em nível de doutorado no 5º Concurso Internacional de Teses sobre Segurança Pública, Vitimização e Justiça na América Latina e no Caribe, realizado pelo Centro de Excelência para Informação Estatística de Governo, Segurança Pública, Vitimização e Justiça do México. O estudo também recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Teses em 2015.

Em seu estudo, Ana Paula Portella aborda as configurações sociais da violência contra as mulheres em Pernambuco, dando especial atenção ao feminicídio, sem deixar de enfatizar que, mais do que números estatísticos, a abordagem diz respeito a mulheres cujas histórias foram interrompidas pelo machismo da sociedade na qual tentaram viver. “O que esteve e está presente comigo todo o tempo, compondo o pano de fundo do trabalho, é a humanidade personalizada em cada caso, em cada número, a lembrar o drama de cada uma das situações que procuro estudar. No caso deste livro, quase 40 mil vidas ceifadas. Esse trabalho é dedicado muito respeitosamente a cada uma delas”, explica a autora na dedicatória com a qual inicia o livro.

Entre as abordagens desenvolvidas, o leitor pode encontrar reflexões sobre potencialidades explicativas para o estudo da vitimização feminina, um modelo de análise para a violência letal contra as mulheres, uma comparação dos fatores determinantes dos homicídios de mulheres e homens em Pernambuco, e recomendações para a formulação de políticas públicas de combate à violência contra a mulher.

Uma das implicações enfatizadas por Portella a respeito das consequências para o modo como o poder público precisa lidar com a violência sexista diz respeito à importância do foco no gênero como fator fundamental na formulação de políticas. “De maneira geral, as políticas públicas de segurança estão fortemente ancoradas na problemática da criminalidade urbana, mais especificamente do tráfico de drogas, e não lograram instituir mecanismos eficazes de identificação dos diferentes tipos de situações que levam à vitimização de homens e mulheres e, com isso, não é possível definir estratégias específicas para lidar com algumas dessas configurações, como é o caso do homicídio cometido por parceiro íntimo ou da violência sexista”, raciocina a pesquisadora no capítulo final da obra.

Data da última modificação: 11/12/2020, 19:52