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Estudo do Lika reforça necessidade de haver mais colaboração internacional e integração para melhor entendimento das doenças priônicas no mundo

Artigo foi publicado no Nature Reviews Neurology

Da assessoria do Lika

Com o objetivo de reforçar a necessidade de uma maior colaboração e integração para um melhor entendimento das doenças priônicas no mundo, os pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da UFPE José Eriton Cunha, Jessica Nascimento e João Ricardo Mendes produziram o artigo “CJD without borders” – CJD sem fronteiras –, que foi publicado no jornal internacional Nature Reviews Neurology em setembro passado.

As doenças priônicas fazem parte de um grupo de patologias neurológicas raras e invariavelmente fatais. Estas enfermidades são ocasionadas pelo acúmulo de uma forma anormal de uma proteína chamada príon celular que, por algum evento, ainda desconhecido, tem a sua estrutura alterada. Ainda não existe uma cura e o tratamento é sintomático e paliativo.

Dentre elas estão a doença de Creutzfeldt – Jakob (DCJ); encefalopatia espongiforme bovina – popularmente conhecida como mal da vaca louca –; e a doença crônica debilitante do cervídeo (CED). Alguns dos sintomas são caracterizados pela perda de memória, distúrbios do comportamento, delírio, alucinações, espasmos musculares, distúrbios visuais, dentre outros. É importante salientar que não há riscos de transmissão através de saliva, suor, lágrimas e contato pessoal.

NOTIFICAÇÃO – De acordo com o biólogo e pesquisador do Lika José Eriton Cunha, a ideia de produzir o estudo se deu por meio do interesse e do trabalho realizado pelo grupo de pesquisadores visando melhorias nas questões de vigilância epidemiológica e notificação das doenças priônicas, especialmente no Brasil. “Durante o pico da pandemia, e a impossibilidade de utilizar os laboratórios, focamos em ferramentas computacionais, daí a ideia da criação de mapas interativos para compartilhar o que fosse possível do perfil epidemiológico dessas desordens no Brasil e no mundo”, explica.

Além de analisar e apresentar esses dados no Brasil e em outros países através destes mapas, o estudo também corroborou a importância de se fortalecer o intercâmbio de amostras e dados, através de uma maior colaboração dos países que possuem mais conhecimento e recursos, com outros países que não dispõem das mesmas condições.

Por fim, Cunha salientou que, para consolidar conhecimentos e ferramentas de estudos para doenças raras, é necessário se ter colaborações internacionais, vigilância continuada e visibilidade de dados. “Apenas com uma abordagem ampla, multicêntrica e internacional, poderemos compreender cada vez melhor essas doenças, bem como desenvolver ferramentas de vigilância para possíveis novas variantes e compartilhar esses dados com a população geral”, afirma.

Atualmente, o Lika possui pesquisadores envolvidos com estudos epidemiológicos das doenças priônicas e estudos sobre perfil proteômico de linhas celulares distintos estão em desenvolvimento. A finalidade é verificar se há diferenças no perfil proteômico de linhagens celulares que são suscetíveis a estas doenças comparadas a linhagens resistes.

Data da última modificação: 24/11/2021, 17:15