Notícias Notícias

Voltar

Especialista do HC destaca a imunização como a principal forma de prevenção à meningite

O Dia Mundial de Combate à Meningite, 24 de abril, foi criado para destacar as formas de prevenir, diagnosticar e tratar a doença

O Dia Mundial de Combate à Meningite, comemorado no dia 24 de abril, destaca a importância da prevenção, do diagnóstico rápido, do tratamento correto e da garantia de suporte às pessoas que lidam com os efeitos da doença que pode ser mortal. Para os tipos mais graves, a vacina garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a principal medida preventiva. O Hospital das Clínicas da UFPE aplica as vacinas e trata as pessoas com a doença, que são encaminhadas pela Secretaria Estadual de Saúde. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“A principal e mais importante forma de prevenção é a imunização de uso universal já no primeiro ano de vida, assim como reforços aos 11 e 13 anos de idade. Em alguns tipos de meningite bacteriana, é possível ainda fazer o bloqueio, administrando antibióticos preventivos para os contactantes. Outras medidas gerais incluem ambientes limpos e ventilados e evitar aglomerações, especialmente em grupos de risco”, destaca o coordenador da Área Assistencial de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) do HC, Paulo Sérgio Ramos.

No mundo, cerca de 5 milhões pessoas são afetadas pela meningite a cada ano. Desse universo, cerca de 500 mil morrem em decorrência da doença e outro 1 milhão fica com sequelas, segundo dados do Confederation of Meningitis Organisations. “Meningite é a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. É mais comumente causada por vírus e bactérias, mas também por fungos e protozoários assim como por causas não infecciosas como neoplasias e drogas”, explica Paulo Sérgio, que é professor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE.

A transmissão acontece por meio de secreções ou gotículas respiratórias pelo beijo, tosse ou espirro. A bactéria pode ser transportada no nariz e na garganta de uma pessoa infectada, que pode não apresentar sintomas, mas pode transmiti-la. “As meningites bacterianas por Meningococo (há outros tipos de bactérias transmissoras) são as que evoluem para quadros mais graves, incluindo a sepse (infecção generalizada), com elevadas taxas de mortalidade. No Brasil, os sorotipos mais comuns da Meningococo são o C (70%), B (21%), W (6%) e Y (1%)”, diz o especialista.

Os sintomas são dor de cabeça, habitualmente de forte intensidade, náusea, vômitos (muitas vezes, em jato) e febre elevada. Pode ocorrer ainda confusão mental ou sonolência. Em crianças de menos de um ano de idade, o quadro pode se apresentar com choro e irritabilidade. “O tratamento precisa ser precoce. São administrados antibióticos injetáveis num período de sete a 14 dias. É muito importante que o tratamento já comece na unidade de saúde onde ocorra o diagnóstico, antes mesmo de transferência para um centro terciário, como o HC”, ressalta Paulo Sérgio. Já as meningites virais não têm um tratamento específico, sendo recomendada a medicação para aliviar sintomas como febre e dores.

Outros grupos que podem receber a vacina da meningite C são pessoas vivendo com HIV/aids, portadores de fístulas liquóricas e asplenia (ausência do baço) anatômica ou funcional pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie).

Data da última modificação: 20/04/2023, 14:50