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Potra ferida encontrada na UFPE é resgatada pela Prefeitura e passa por cirurgia na UFRPE

Encaminhamento foi uma ação conjunta da UFPE, UFRPE e Prefeitura do Recife

Uma potra em situação irregular, com uma fratura na pata, foi recolhida nas proximidades do Núcleo de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no domingo (24). O animal foi operado na terça-feira (26) na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e está se recuperando bem. O encaminhamento foi uma ação conjunta da UFPE, por meio da Coordenação de Bem-Estar Animal (CBA) e Superintendência de Segurança Institucional (SSI), UFRPE e Prefeitura do Recife, via Centro de Vigilância Ambiental (CVA).

Foto: Divulgação

Equipe da UFRPE realizou cirurgia na potra encontrada na UFPE

Foi criada uma rede de solidariedade para mudar o destino da potra, que teria como destino a eutanásia, com o apoio de voluntários que se uniram para custear o material necessário à cirurgia. Após uma avaliação com exames de imagem, foi constatado que ela tinha chance de recuperação. Para a professora Beatriz Berlinck D'Utra Vaz, do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), esse tipo de parceria é muito importante e resulta em cuidados médicos corretos e em bem-estar para os animais.

Exame de radiografia constatou chance de recuperação

De acordo com a professora, foi realizada uma cirurgia ortopédica, para aproximar, realinhar e fixar as extremidades do foco de fratura. “O osso fraturado foi o fêmur, na sua porção distal, próximo à epífise, que é a porção a partir da qual o osso se desenvolve, cresce. Para estabilizar a fratura foram usados quatro parafusos maiores e mais longos, usados para manter uma placa metálica de cerca de 8-10 cm de comprimento, e mais dois parafusos pequenos de uns 2-3 cm de comprimento. Tudo isso fica no animal até o fim natural de sua vida. Não precisa ser removido”, esclarece.

Potra é amamentada logo após o procedimento cirúrgico

“Houve uma rede de solidariedade para poder ser feito o tratamento. Uns doaram medicamentos, outros material e expertise cirúrgica, enfim, muito foi necessário para realizar o tratamento cirúrgico e o pós-cirúrgico”, afirma Beatriz. A equipe foi composta pelos médicos veterinários Amaro Souza (cirurgião), Kayo de Andrade (cirurgião auxiliar), Karoline Antunes (instrumentadora), Maria Raquel de Almeida e Joana Luiza (anestesistas) e Huber Rizzo e Beatriz Berlinck (volantes e auxiliares móveis).

“Os médicos veterinários Karoline, Kayo e Joana são residentes do hospital veterinário da UFRPE. Os dois primeiros do setor de grandes animais e Joana do serviço de anestesiologia. Também não podemos esquecer os veterinários do CVA que se articularam para conseguir produtos como drogas anestésicas e outros, além de nos contactar para possibilitar o procedimento: Hevila Guerra, Catharina Vieira e Jael Morais”, destaca Beatriz.

PARCERIA - “Infelizmente, os animais de grande porte também sofrem muitos maus-tratos, e a lei que proíbe sua circulação e criação na cidade do Recife ainda não está sendo cumprida”, afirmou a professora Ariene Bassoli, coordenadora da CBA. “Essas parcerias entre as instituições são importantes para complementar nossa missão, pois a gente trabalha com a saúde pública, mas não com a parte do bem-estar animal”, explica o gerente do CVA da Prefeitura do Recife, Jurandir Almeida.

Segundo ele, o Código Sanitário Estadual proíbe a criação de animais de grande porte em zona urbana para evitar risco tanto para o animal quanto para as pessoas. Quem encontrar um animal em via pública deve solicitar remoção à Ouvidoria Municipal da Saúde pelo telefone 0800-281-1520. “Seremos acionados e temos estrutura para a retirada desse animal”, informa.

BEM-ESTAR ANIMAL – A CBA está em fase de estruturação, atuando principalmente no manejo populacional, educação ambiental e direito animal. Um dos principais escopos é realizar campanhas educativas junto à comunidade, numa perspectiva da cidadania, da propagação do direito animal, da disseminação das leis de proteção, com a pretensão de atingir não só a comunidade acadêmica, mas a sociedade em geral. “Crimes contra a vida animal são assunto de todos, e os maus-tratos devem ser denunciados e punidos, pois, além de ser cruel com seres indefesos, estudos demonstram que, em geral, quem agride animais também agride humanos com adesão à violência”, afirma a professora Ariene.

Data da última modificação: 29/01/2021, 20:21