Em evento transmitido por meio do canal da UFPE no YouTube, o curso de bacharelado em Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco comemorou 80 anos hoje (11) à tarde. “O Serviço Social busca a constituição de laços com a maioria explorada, sujeita às mais diversas opressões e alienações, almejando um processo de autoemancipação dessas maiorias”, afirmou o coordenador do curso, professor Adilson Aquino Silveira Júnior. 

Para o professor, são muitos os motivos para celebração. A graduação é parte essencial da construção da profissão em Pernambuco, que hoje conta com mais de 7 mil profissionais ativos. Após realizar um breve histórico, ele afirmou que a profissão teve afinação com posições mais doutrinárias ou tecnicistas no passado, mas que hoje é possível comemorar o horizonte político que foi conquistado ao longo dos anos.

A estudante Hadassa Santos, representante do Diretório Acadêmico de Serviço Social – Gestão Marielle Franco, destacou a trajetória histórica de luta pelos direitos sociais e a importância do movimento estudantil para a construção histórica da profissão. Ressaltou ainda o papel dos discentes no enfrentamento político em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS), professora Rosa Maria Cortês de Lima, falou sobre o crescimento desigual da cidade do Recife, que trouxe questões sociais que permanecem até hoje. Ela frisou a luta do curso na construção do conhecimento e na atualização permanente, em articulação com a América Latina. “Avançamos na construção de outro país que ainda está por vir”, disse.

Segundo a chefe do Departamento de Serviço Social, professora Flávia da Silva Clemente, o curso possibilita o desvelar da realidade social, econômica, histórica, política, cultural, racial e das relações de gênero. “Os assistentes sociais conhecem as causas primeiras da pobreza e da miséria e sabem que não podem naturalizá-las”, afirmou, defendendo a construção de uma sociabilidade sem nenhuma forma de opressão e dominação.

O presidente do Conselho Regional de Serviço Social (Cress 4ª Região – PE), André França, falou sobre o rompimento com as correntes conservadoras daqueles anos iniciais da profissão e o atual compromisso com a classe trabalhadora. O professor Roberto Guedes, representante da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesqi), frisou a importância do curso para o enfrentamento dos problemas sociais no país.

A pró-reitora de Graduação (Prograd), Magna do Carmo Silva, também falou sobre a diferença na vida das pessoas e o impacto da profissão de assistente social na sociedade. Para ela, o curso compreende o papel da utopia no sentido freiriano e tem grande poder combativo e construtivo. “O Serviço Social tem capacidade de gerar voos e transcender qualquer limitação”, afirmou.

O fato de a pós-graduação estar entre as melhores do país, com nota 6 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), foi destacado pela pró-reitora de Pós-Graduação, Carol Leandro. Ela falou também sobre a premiação da pesquisa de Taíse Negreiros na edição 2020 do Prêmio Capes de Tese, que destaca os melhores trabalhos do país. 

O diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), Jeronymo Libonati, ressaltou o compromisso do corpo docente, sempre atuante e buscando a reflexão. O vice-reitor Moacyr Araújo falou sobre a capacidade crítica e de formar cidadãos e o cumprimento do papel social da universidade. O evento contou ainda com vídeo comemorativo e homenagem aos que fazem o curso. Conheça a história do Serviço Social na UFPE.  

MEMÓRIA – Ainda na celebração dos 80 anos do Serviço Social em Pernambuco, o projeto de extensão Memória e História do Serviço Social em Pernambuco (MEHSSPE) está divulgando no seu site vários conteúdos inéditos. O acervo inclui atividades de formação, publicações on-line de acesso gratuito, bibliografia sobre a trajetória histórica da profissão, galerias digitalizadas de jornais impressos, episódios de podcast e vídeos.