Artigos Artigos

Voltar

As ciências do esporte

Vice-reitor Gilson Edmar
ge@ufpe.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
 
As atividades esportivas estão cada vez mais fazendo parte do quotidiano das pessoas. A sociedade entendeu que é uma das formas agradáveis de promoção da saúde. O desenvolvimento científico e tecnológico exige uma abordagem multidisciplinar nesta área do conhecimento. O profissional de educação física tem à sua disposição uma metodologia variada e eficaz para a sua atuação. Não se concebe hoje a prática de qualquer atividade física sem a participação de profissionais da educação física em conjunto com os da medicina, nutrição, fisioterapia, entre outros.
 
Por esta e outras razões, fala-se hoje em Ciência do Esporte, pela sua natureza interdisciplinar. Baseado neste princípio e com o conhecimento de algo semelhante no Japão, quando da minha visita à Universidade de Juntendo, propus a um grupo de professores a criação e a instalação de um Núcleo de Ciências do Esporte na UFPE. Este núcleo substituirá o atual Núcleo de Educação Física.
 
A comunidade universitária passa o dia na UFPE em suas atividades funcionais, sejam acadêmicas, científicas ou burocráticas, todas extremamente sedentárias. Faz parte da melhoria da qualidade de vida dessas pessoas uma prática esportiva, bem orientada pelos profissionais relacionados a esse tipo de atividade. O Núcleo de Ciências do Esporte passará a ter um papel indutor e organizador, promovendo atividades esportivas como promoção de saúde, como lazer e como competição. Os dois primeiros tipos de atividade devem fazer parte obrigatória das nossas vidas. O terceiro serve para aproximar as pessoas, ensinando-as a competir, fato que ocorre durante toda a nossa existência. Se é importante para docentes e servidores técnico-administrativos, é fundamental para os nossos estudantes. As competições internas, sejam nos cursos, nos centros acadêmicos e na universidade, são formas saudáveis de convivência, sem falar no orgulho de representar a sua instituição nos jogos universitários.
 
A atuação de um núcleo com essa formatação amplia as opções da pesquisa científica nessa área profissional, permitindo a geração de conhecimentos e trazendo enormes benefícios ao ensino e à formação dos novos profissionais e de excelentes atletas. Poderá se transformar num grande elo de comunicação com a sociedade, dando apoio científico aos clubes esportivos e abrindo espaço para a sociedade participar das suas ações. Muitas delas já vêm sendo desenvolvidas, como a prática esportiva direcionada aos portadores de necessidades especiais, uma forma de inclusão social. Os resultados são tão bons que alguns deles participam das para-olimpíadas, vencendo competições e ganhando medalhas.
 
Do ponto de vista psicossocial, o esporte pode afastar as pessoas de hábitos indesejáveis, como o alcoolismo, as drogas, etc. Para uma atuação que todos nós sonhamos, precisamos envidar esforços de convencimento para adaptar os espaços existentes em ambientes com condições adequadas para a prática dessa moderna atividade profissional e científica. Não basta somente a idéia e o esforço, são necessárias instalações e equipamentos condignos com esse sonho. Para isso, o grupo está empenhado em conseguir mais essa vitória.
 
A Escola de Educação Física da UPE é também um exemplo do exercício correto desta missão institucional. Citar esta grande escola significa apresentar as minhas congratulações pelos seus 70 anos de existência, comemorados no último mês de maio. Por lá estudaram, ensinaram e trabalharam grandes nomes do esporte pernambucano. Foi dela que nasceu o Departamento de Educação Física da UFPE. Foi nela que iniciei a minha carreira docente, durante a gestão da dinâmica Elza Herzon. Foi lá que encontrei motivação para continuar com minhas atividades de educador. São várias as pessoas com quem convivi na escola. Para não cometer omissões, citarei Gilma Eliane, uma ex-aluna e minha irmã, além de Eliete e Clory, professoras de natação e esgrima, respectivamente, e também Lourdinha e Nevinha, secretárias da escola, todas quatro minhas tias. Aos dirigentes atuais da UPE e da Esef, a minha sincera gratidão pelo que a escola representou para mim e para minha família.
 
Publicado no Jornal do Commercio em 25.07.06
Data da última modificação: 31/10/2016, 11:35

Portlets aninhado Portlets aninhado