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Um novo hospital

Por Silvio Romero Marques, vice-reitor da UFPE

No mês de maio, de acordo com edital publicado em 20 de fevereiro, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza as provas do concurso público para a contratação de 881 servidores. Na sua história,é a primeira ocasião que um número tão significativo de funcionários é admitido através de única seleção.Inicia-se, então, um processo de recuperação estrutural e funcional com ações simultâneas importantes para a continuidade dos serviços prestados pelo HC-PE.

Entre as vagas oferecidas pelo edital, encontramos um quantitativo expressivo de médicos(247) e enfermeiros (192), mas também engenheiros, advogados, administrativos de nível superior e técnicos de enfermagem, entre outros profissionais.Tudo isto possível com a intervenção da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que inicia sua gestão através de contrato firmado com a UFPE.

Neste momento, é importante lembraras dificuldades enfrentadas pelas universidades federais e os seus hospitais, para aderir à proposta de gestão elaborada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) com a criação da Ebserh. A discussão, com fundo ideológico, apoiava-se na interpretação de que a implantação de uma gerência centralizada pelo MEC seria lesiva à livre expressão da universidade com prejuízo de suas missões:ensino, pesquisa e extensão.

Uma constatação desde o início mostrou-se consensualmente inegável:a falência do modelo de gerenciamento dos hospitais universitários federais.Com suas infraestruturas comprometidas,recursos humanos exíguos e regidos por um marco regulatório ultrapassado, muitos,além de uma redução progressiva de seus leitos, tiveram seus equipamentos sucateados e contraíram passivos importantes pela manutenção de pessoal terceirizado.

Não nos parece ser do interesse das instituições, no entanto, prolongar o debate quando milhões de brasileiros esperam uma oportunidade de atendimento médico na rede pública.É nossa obrigação requalificar o ensino,evoluir com ambientes produtivos de pesquisas e estender este benefício à sociedade.

Devemos buscar os caminhos quenos levem à excelência na formação médica e na área da saúde. No caso da UFPE, os momentos iniciais de discussão e debates faziam crer em uma cordo dialógico. As exigências contratuais,várias vezes modificadas atésua aprovação por uma assessoria jurídica,foram firmemente ajustadas aos princípios de um hospital público,gratuito e com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde(SUS).

Em nenhum momento esteve em questão a autonomia e o compromisso social do HC-PE. Discutimos as questões do funcionalismo com transparência e profundidade. Os aspectos mais duvidosos foram esclarecidos com exposições exaustivas sobre regime jurídico, contratações trabalhistas e opções previdenciárias. Documentos estiveram à disposição de todos interessados e continuam, nos endereços eletrônicos autorizados.O Hospital das Clínicas conhece um novo tempo, as mudanças já se fazem sentir entre os seus usuários e servidores. Podemos imaginar que dias melhores virão.

Publicado no Jornal do Commercio de sábado (1º de março)

Data da última modificação: 27/10/2016, 14:15

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