Amaro Lins
Reitor UFPE
 

Ao completar 60 anos em 2006, a Universidade Federal de Pernambuco, antiga Universidade do Recife, resgata uma dívida histórica com o Estado de Pernambuco ao iniciar suas atividades em um novo campus universitário na região Agreste, no município de Caruaru, nessa segunda-feira (27).

 

A criação do Centro Acadêmico do Agreste da UFPE insere-se no programa de ações do governo federal, tendo como premissa a construção de um país democrático e coeso, no qual a iniqüidade seja superada e todos os brasileiros tenham plena capacidade de exercer sua cidadania. Para atingir esses objetivos, o governo definiu como ação estratégica a ampliação do acesso ao ensino superior público e gratuito, mediante, inclusive, a interiorização das universidades federais, fortalecendo-as para que possam cumprir a sua missão de formar pessoal tecnicamente qualificado e comprometido com a melhoria da qualidade da educação básica, da produção do conhecimento e da tecnologia, necessários ao desenvolvimento do País.
 
A compreensão do papel estratégico da universidade para a construção de uma sociedade justa e sustentável é compartilhada integralmente pela atual administração da UFPE. Consoante com esta visão, colocou-se como meta prioritária, no plano de ação para o quadriênio 2003-2007, a interiorização da UFPE, em bases sustentáveis e planejadas. A criação do campus do Agreste passou por amplo processo de discussão com a comunidade interna da UFPE e com diversos atores da comunidade daquela região: instituições de ensino superior, empresários, organizações sociais e prefeituras. Em paralelo, foi estabelecida uma articulação fundamental com o governo do Estado, por meio das suas secretarias de Educação e de Ciência e Tecnologia. Desse modo, o campus do Agreste passa a ser de responsabilidade não apenas do governo federal e da própria instituição, mas deverá ser assumido plenamente pela sociedade de Pernambuco.
 
A política de expansão da educação superior, por meio da criação de novos campi de universidades públicas já consolidadas, permite uma maior agilização nos processos de implantação e leva às novas unidades toda experiência acumulada pelas instituições federais. O Centro Acadêmico do Agreste incorpora toda a experiência e tradição de uma das dez melhores universidades do País. No campus do Recife estão matriculados 22,5 mil alunos de graduação e mais de 3,5 mil de pós-graduação. Todas essas atividades são desenvolvidas por um corpo docente com 1.880 professores-pesquisadores, dos quais mais de 60% possuem o título de doutor, e 3,5 mil servidores técnico-administrativos.
 
A unidade do Agreste iniciará suas atividades com cinco cursos nas áreas de pedagogia, design, administração, economia e engenharia civil, que contribuirão para o desenvolvimento econômico e social da região. No vestibular de 2006, foram preenchidas 580 vagas ofertadas nesses cursos. Já foram contratados para o novo campus 40 professores, dos quais 28 já possuem o título de doutor. Mais 20 professores serão contratados até o final do primeiro semestre deste ano, e o preenchimento gradual das vagas terá continuidade até completar-se o quadro pleno. Novos servidores técnico-administrativos já iniciaram suas atividades.
 
As aulas terão início no campus provisório, instalado no Pólo Comercial de Caruaru, enquanto é concluída a construção da sede definitiva, em terreno doado pelos empresários Djalma Cintra Júnior e Alfredo Cunha Neto, cujo edital de licitação já foi divulgado. Os recursos financeiros para a construção, no valor de R$ 6,5 milhões, já foram liberados pelo MEC, além de R$ 3,5 milhões assegurados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para a instalação dos laboratórios.
Este é um momento histórico para a UFPE e para Pernambuco. Celebramos mais esta conquista do nosso Estado com o apoio incondicional do governo federal.

 

Neste momento, temos que agradecer a muitos: ao presidente Lula por seu entusiasmo, apoio e envolvimento pessoal com a criação do novo campus, ao MEC, nas pessoas do ministro Fernando Haddad e do secretário de Ensino Superior, Nelson Maculan, e sua equipe, ao MCT, na pessoa do ministro Sérgio Rezende, pelo apoio na montagem da infra-estrutura básica de pesquisa, à comunidade da UFPE, que abraçou o projeto com empenho, e ao povo do Agreste e às suas instituições, pela compreensão da importância desse empreendimento para a região. Temos, portanto, a convicção de que, ao comemorar seus 60 anos, a UFPE reafirma, com a criação do campus do Agreste, seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da região Nordeste e do País. 

Publicado na última sexta-feira no Jornal do Commercio, Recife